Foi autorizada nessa semana a abertura de mais uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD). O autor é o tucano Plínio Valério, que aguardava a liberação há quase cinco anos.
Entre as acusações apresentadas no pedido de instauração da CPI está o envolvimento em “compra ilegal de terras” e “desvio de recursos”. Como o Comandante Robinson Farinazzo apontou em uma das Análises Internacionais transmitidas pelo canal do Diário da Causa Operária, as verbas destinadas para essas ONGs são gastas quase integralmente com sua folha de pagamentos. Não são gastos com bens materiais para as populações que habitam a região, mas uma espécie de falso financiamento.
Não deixa de ser irônico que o proponente dessa ação parlamentar seja um político do PSDB, que se constituiu em um símbolo do entreguismo da direita brasileira. O próprio autor do pedido, Plínio Valério, foi também autor do projeto de lei que acabou criando a bizarrice do Banco Central “independente”, um mecanismo que coloca a economia nacional nas mãos do capital estrangeiro. Claramente não estamos diante de um nacionalista consequente e sabe-se lá se existe alguma motivação escusa para o choque de setores da direita com as ONGs que atuam na Amazônia. Uma hipótese seria utilizar isso, de alguma maneira, para atacar o governo Lula, visto que vários de seus ministros são diretamente ligados às ONGs: Anielle Franco, Marina Silva, Sonia Guajajara e Silvio Almeida.
Seja qual for o interesse de Plínio Valério, é preciso denunciar duramente a atuação das ONGs financiadas pelo capital estrangeiro nessa gigantesca área de floresta tropical, que ocupa simplesmente metade do Brasil. As ONGs financiadas pelos países centrais do capitalismo estiveram envolvidas em uma quantidade enorme de ações de desestabilização de governos ao redor do planeta. Para destacar apenas um caso, temos o chamado “Euromaidan” na Ucrânia, que colocou no poder um governo fantoche dos Estados Unidos. Por que justamente no Brasil essas ONGs não estariam agindo para beneficiar os países imperialistas em detrimento do povo brasileiro?
Há pouco tempo do início da CPI, o próprio Valério havia denunciado o papel do Fundo Amazônia no esquema das ONGs. O fundo abastecido quase que totalmente por Alemanha e Noruega financia algo em torno de 100 mil Organizações não Governamentais que atuam na região.
Nesse sentido colocou que: “há também o discurso de proteção às comunidades indígenas, que na verdade não passam de falácias para perpetuá-los como estão, impedindo-os de desenvolver e progredir para continuar arrecadando recursos em nome deles”. E rebatendo o lobby estrangeiro, escreveu que “a região amazônica é um patrimônio do Brasil e não pode servir a quem tem interesses escusos. É possível preservar e desenvolver a região com sustentabilidade. A maioria dos brasileiros não sabe que 97% da cobertura vegetal do Amazonas está intacta. Isso demonstra que os vilões do meio ambiente certamente não somos nós”.
A Amazônia é quase integralmente brasileira, o resto é parte do território de alguns dos nossos vizinhos sul-americanos. O que fazer e o que não fazer no seu pedaço amazônico diz respeito a esses países, não aos norte-americanos ou europeus. Em relação ao índio, sua atuação cerca suas possibilidades econômicas garantindo a manutenção da sua pobreza. Um aspecto importante da atuação das ONGs imperialistas mundo afora é essa capacidade de sabotar a política independente dos países atrasados.
Sabotam por um lado e, se preciso for, ajudam a derrubar os governos. A Amazônia é uma região de enorme riqueza econômica, uma fonte gigantesca de recursos naturais e parte substancial do território brasileiro. É preciso ter clareza do que está em disputa e aproveitar para denunciar a atuação dessas milhares de ONGs nesse pedaço pouco povoado do país. A Amazônia é nossa e que deve cuidar dela são os brasileiros, não os agentes do imperialismo que veem preparar o terreno para seus patrocinadores. Fora ONGs imperialistas do Brasil! Cuidem da natureza nos seus países e não encham o saco por aqui.