O estado do Mato Grosso do Sul, o campeão em concentração de terras no Brasil, com cerca de 92% do seu território nas mãos dos latifundiários, é também, como se era de esperar, o estado onde os conflitos de luta pela terra são mais acirrados.
Informações divulgadas pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) no relatório “Conflitos no Campo Brasil 2022”, mostram que o MS tem cerca de 45 municípios onde ocorrem conflitos agrários.
O relatório mostra que em 2022 foram registradas ocorrências envolvendo mais de 40 mil pessoas entre trabalhadores da terra, índios e quilombolas por causa de água, terra e trabalho.
Só nos últimos meses do ano passado foram registradas cerca de 256 ações de pistolagem contra os povos da terra, nos quais morreram pelo menos três trabalhadores.
Segundo relato da trabalhadora da Gleba Pelicioli, Marizete situada na região de Santa Terezinha no MS, “Estamos há 15 anos na terra, agora sofremos dois despejos e ameaças pelos seguranças da fazenda, não podemos nem registrar um boletim de ocorrência, pois não somos reconhecidos”.
Ainda no ano de 2022 o relatório mostra que a ocorrência de trabalho em regime de escravidão cresceu cerca de 122% e as ações de despejo autorizadas pela justiça mais de 120%.
GOVERNO RIEDEL DO PSDB, UM GOVERNO INIMIGO DOS TRABALHADORES DA TERRA
O governador Eduardo Riedel do PSDB que chegou ao governo nas últimas eleições, é um continuador dessa política de ataque aos direitos dos povos da terra e já declarou sobre o seu governo que “Não vamos aceitar invasões”.
Riedel chegou a ser inclusive apoiado pelo ex-presidente ilegítimo Jair Bolsonaro para depois procurar se vender como o candidato do “mal menor” e angariar o apoio da esquerda cirandeira que acredita em tudo que a rede Globo conta.
Recentemente, a polícia do governador fascista e o judiciário criminoso do MS colocaram na cadeia 9 índios Guarani Kaiowá que faziam uma ação de retomada de uma terra próxima à comunidade indígena Yvu Vera e que estava em vias de demarcação quando o processo foi desrespeitado por um consórcio que invadiu a terra para iniciar a construção de um Resort de luxo no local.
Os índios permaneceram na cadeia durante meses e quando finalmente conseguiram ser liberados graças à luta dos seus parentes do lado de fora, que contaram unicamente com a ajuda do partido da Causa Operária para se organizar, se depararam com a notícia de que pelo menos um dele, o índio Magno de Souza, candidato a governador do MS pelo PCO nas últimas eleições, só poderia ser posto em “liberdade” com a condição de usar uma tornoseleira eletrônica.
É preciso intensificar a organização dos índios e outros povos da Terra do estado do Mato Grosso do Sul em comitês de autodefesa para uma luta intensa contra os latifundiários e seus representantes, os pistoleiros, o judiciário e o governador fascista do PSDB Eduardo Riedel.