Treinar pilotos ucranianos para pilotar caças franceses é um processo demorado, que pode levar pelo menos dois anos, disse o especialista militar de Moscou, Vasily Dandykin, à Sputnik.
O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que Paris está aberta ao treinamento de pilotos de caças ucranianos na França e que os programas de treinamento relevantes podem começar imediatamente.
Ele também disse a uma emissora francesa que não havia discutido o fornecimento de aviões de guerra com o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, durante sua visita à França no fim de semana passado.
As observações sobre o treinamento de pilotos ucranianos em solo francês indicam a prontidão de Macron em cumprir a política dos EUA em relação à Rússia, destacou Dandykin.
“Em particular, isso se refere à operação militar especial da Rússia na Ucrânia. Aqui Paris mostra solidariedade com Londres e Berlim, que se apegam ao objetivo de derrotar Moscou no conflito, onde Kiev desempenha o papel de procurador e vanguarda do Ocidente” declarou o especialista.
Quando perguntado se o presidente francês está realmente pronto para fornecer à Ucrânia os caças e aprovar a criação da chamada “coalizão de aviação”, Dandykin sugeriu que esta era outra tentativa de Paris de ter seu protagonismo também, através de algo que pudesse “pacificar” Zelensky.
Nesse sentido, o especialista russo apontou para o fato de que, mesmo que Macron dê luz verde para que os aviões de guerra de fabricação francesa sejam fornecidos a Kiev, o processo de treinamento dos pilotos ucranianos pode levar pelo menos dois anos.
“A questão é se o regime de Zelensky precisará ou não desses caças a essa altura”, observou Dandykin, acrescentando que tudo isso vai depender das ações da Rússia.
Abordando quaisquer possíveis repercussões políticas da entrega de aviões de guerra franceses à Ucrânia, ele disse que isso significaria que a França está “total e completamente entrando em confronto com a Rússia”.
“É muito sério. Acho que, se isso acontecer, será uma revisão de todas as relações russo-francesas, que especificamente viram Macron reivindicando o papel de pacificador [no conflito da Ucrânia]”, concluiu Dandykin.
Fonte: Sputnik