Os professores da rede municipal de São Paulo, realizaram ontem mais um dia de paralisação e assembleia em frente à Prefeitura, no centro da Capital.
Representantes do Sinpeem, SIndsep, Aprofem, que têm em sua bases trabalhadores da Educação municipal, realizaram reunião de negociação com o governo, que respondeu com a mesma proposta apresentada no dia 12/05.
O governo de Ricardo Nunes (MDB), quer impor o regime de remuneração por subsídio, já implantado para os outros quadros de servidores, que perderam direitos como quinquênios e sexta parte e não quer repor as perdas salariais da categoria..
Uma proposta miserável
A proposta do prefeito tucano-bolsonarista de São Paulo, quer o fim do plano de cargos, carreiras e salário do funcionalismo público paulistano.
Proposta que foi, mais uma vez rejeitada pela assembléia da categoria. Que convocou nova paralisação para o dia 23/5.
CARGO | Salário atual | Salário com subsídio | Percentual de reajuste da proposta governamental com subsídio | Salário ao final da carreira de acordo com tabela de vencimentos atual (QPE) * | Perda mensal aproximada ao final da carreira **(Salário final – salário com subsídio = perda) |
Auxiliar Técnico de Educação | R$ 2.130,74 | R$ 3.233,00 | 51,73% | R$4.366,68 | R$ 6.840,36 – R$ 3.233,00 = R$3.607,36 |
Professor Categoria 3 JEIF/PEI | R$ 5.050,00 | R$ 6.200,00 | 22,70% | R$9.124,00 | R$14.293,60 – R$ R$ 6.200,00 = R$ 8.093,60 |
Coordenador Pedagógico | R$ 7.171,31 | R$ 8.680,00 | 21% | R$10.726,00 | R$16.880,21 – R$ 8.680,00 = R$8.200,21 |
Diretor de Escola | R$ 8.133,88 | R$ 10.923,19 | 34% | R$12.957,00 | R$20,391,29 – R$10.923,19 = R$9.468,10 |
*De acordo com a referência e o grau mais alto do cargo. Não está embutido neste valor, os adicionais resultantes de abono complementar, quinquênios, sexta parte, o que aumenta significativamente tais valores.
** Somados com valores aproximados de sexta parte (um sexto dos vencimentos sobre salário padrão mais quinquênios) e o possível 7° quinquênio alcançado ao longo da carreira (que perfaz reajuste total de 40,71% do salário padrão)
A campanha salarial da educação municipal se iniciou com a reivindicação de reposição das perdas de 32% para todos e pela revogação do desconto de 14% da reforma da previdência municipal golpista da direita paulistana.
A remuneração por subsídio será opcional, no entanto quem não optar estará sujeito ao reajuste salarial anual do funcionalismo, determinado por Lei, que nos últimos anos tem sido 0.01%.
Tá sobrando dinheiro
Todo este brutal abuso é cometido em meio ao anúncio do recorde de caixa da prefeitura, que atingiu, em fevereiro deste ano, cerca de R$34,9 bilhões, segundo dados da Secretaria Municipal da Fazenda. O montante já é o maior registrado pela administração municipal e supera os R$30 bilhões registrados em março do ano passado. Segundo cálculos da Câmara, mais da metade do valor está parado nos cofres municipais e sem previsão de investimentos. Estima-se que desses R$34 bilhões, 46% estão empenhados e os 54% restantes não tem absolutamente nada de projeto.
Somente o fato de anunciar reajustes que vão de 21% a 51,73% de aumento, mostra que o caixa da prefeitura está abarrotado de dinheiro, mas o que a direita quer é roubar ainda mais, condenando o futuro de mais de 80 mil servidores da educação paulistana.
É preciso ampliar a mobilização, com uma greve geral da rede municipal de São Paulo.
Parar as escolas e sair às ruas em defesa do plano de carreira e dos direitos dos educadores, incluindo 32% de reajuste já para todo funcionalismo; revogação da reforma da previdência e devolução dos 14% roubados com essa medida.