Passageiros de um trem que fazia o trajeto de St. Pölten, no leste da Áustria, à capital, Viena, se surpreenderam ao ouvir a gravação de um discurso de ditador nazista nos alto-falantes do trem no domingo (14).
Entre os áudios reproduzidos nos alto-falantes estavam as saudações nazistas “Sieg Heil” e “Heil Hitler”.
O rabino de Viena Schlomo Hofmeister estava no trem e disse nas redes sociais que ficou chocado após ouvir o discurso de Hitler e presenciar o fracasso do trem em parar a reprodução imediatamente
“Me senti perturbado, acima de tudo, quando alguns passageiros começaram a rir, quando a voz de Hitler e as palavras “Sieg Heil!” explodiu dos alto-falantes e o trem não forneceu nenhuma explicação ou garantia, mas tudo isso foi ignorado!”, escreveu Hofmeister.
Segundo a administração do trem, o acontecimento teria sido provocado por um “funcionário”, que ainda estaria sendo investigado. O fato é que, seja quem for que tenha feito, ficou mais uma vez provado que Adolf Hitler tem a simpatia de alguns austríacos. E não só isso: que seus simpatizantes estão se sentindo à vontade para pregar esse tipo de “peça”.
A Áustria, terra natal do ditador Adolf Hitler, foi anexada política e militarmente pela Alemanha nazista em 1938 e, atualmente, tem algumas das leis mais rigorosas do mundo contra a negação do Holocausto e contra atitudes pró-nazistas.
Porém nos últimos anos, movimentos de extrema direita vem tomando grande parte das políticas austríacas. Em 2017 ocorreram eleições presidenciais para os países mais fortes importantes União Europeia, como a França, Holanda e a Alemanha. os partidos de extrema direita foram derrotados, mas tiveram grande crescimento em relação aos anos anteriores.
Marine Le Pen, a candidata à presidência da França que ficou em segundo lugar, fez parte de um movimento anti-União Europeia. Na Alemanha, o partido Alternativa para Alemanha tornou-se a terceira maior força política no parlamento alemão. E, na Holanda, o Partido para a Liberdade ficou em segundo lugar no pleito.
Na Áustria no mesmo ano, o Partido da Liberdade (FPÖ) chegou em 3º nas eleições, em dezembro firmou um acordo de coalizão entre a direita e extrema-direita levou o FPÖ (Partido da Liberdade da Áustria), a integrar a coalizão de governo liderada pelo conservador ÖVP (Partido Popular).
Os partidos de extrema-direita estão consolidados em quase todo o continente, embora em todos os países estejam tão próximos de posições de poder.