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Marcelo Marcelino

Membro Auditoria Cidadã da Dívida Pública (ACD) nacional, sociólogo, economista e cientista político, pesquisador do Núcleo de Estudos Paranaenses – análise sociológica das famílias históricas da classe dominante do Brasil e membro do Partido da Causa Operária – Curitiba.

LULA E A ELETROBRÁS

Lula denuncia a sacanagem com a Eletrobrás

O presidente Lula denuncia a farsa da privatização da Eletrobrás e cabe a mobilização popular rumo a reconquista das nossas empresas estratégicas

A Eletrobrás, assim como um conjunto de empresas estratégicas nacionais precisam imediatamente estar sob o controle do povo brasileiro. O golpe de Estado no Brasil aprofundou a crise econômica e política de maneira avassaladora. O governo da presidenta Dilma Rousseff já havia sido sabotado no final do seu primeiro mandato e com o governo “tampão” de Temer no bojo do golpe a “privataria tucana” estava de volta, agora, sob a batuta do consórcio golpista. A manobra política resultou em um retrocesso das condições de vida da população brasileira às custas do avanço dos lucros da burguesia e das vantagens espúrias em favor do imperialismo. A “deforma” trabalhista de Temer, o Teto de Gastos, a entrega da Petrobrás aos rentistas, além do desmanche das aposentadorias de Bolsonaro, independência do Banco Central e privatizações como as da Eletrobrás, mostraram as razões pelas quais o consórcio golpista tomou o poder.

A privatização da Eletrobrás, no último período do governo Bolsonaro, já pode ser considerada uma das maiores aberrações do golpe com Bolsonaro e tudo. A entrega de um dos maiores patrimônios públicos nacionais, com seus serviços públicos essenciais para população e para o desenvolvimento estratégico do país mostra que os golpistas; sejam bolsonaristas, ou da direita tradicional liberal bem “civilizada”, não dão a mínima para o Brasil e para ninguém; a menos que façam parte dos círculos de bandidagem dos seus negócios de rapina mais escusos e espúrios.

Os ditos jornalões da burguesia e do imperialismo sempre apoiaram todos os golpes possíveis contra a classe trabalhadora e o povo e defenderam historicamente o imperialismo e seus asseclas de plantão e ocasião. Para o Partido da Imprensa Golpista (PIG) nunca foi positivo manter empresas estratégicas soberanas sob o controle do Estado. O correto para os porta-vozes dos capitalistas selvagens sempre foi o de aplicar os recursos orçamentários do Estado para construir as empresas de grande porte de infraestrutura conforme a necessidade e urgência, como há décadas atrás.

Depois de tudo pronto e estabelecido, a segunda parte do jogo de interesses e de conluio da burguesia com o imperialismo passa pela entrega desse patrimônio gigantesco e fundamental para o desenvolvimento do país ao capital vadio de rapina. FHC dizia claramente que seu interesse era o de sepultar a Era Vargas e seu legado definitivamente.

O sociólogo entreguista cumpriu um papel importante de impulsionador maior das privatizações no país e guia maior das piores práticas e condutas contra o povo e a soberania nacional. Após décadas de construção da infraestrutura brasileira com o suor do povo, agora estava na hora; de acordo com os ditames do imperialismo e os anseios da classe dominante oportunista e entreguista nacional, aproveitar para “inundar” os cofres dos capitalistas de dinheiro com as privatizações lesa-pátria. As mesmas privatizações que Lula contesta acertadamente nas suas entrevistas. Devemos destacar que a disputa pelo controle da Eletrobrás é central para o país, assim como da Petrobrás e do Banco Central. Hoje, Lula de maneira incisiva assume uma postura combativa na luta pela reestatização de uma das nossas mais importantes empresas.

De acordo com o portal Brasil247 , “O presidente Lula (PT) participou de evento na Bahia nesta quinta-feira (11) e voltou a falar sobre a Eletrobrás. “A Eletrobrás foi privatizada, me parece, por R$ 36 milhões. Para que o governante queria o dinheiro? Para levar para o Tesouro para pagar juro da dívida interna dele. Ou seja, vendeu uma estatal para pagar juros. Hoje, nós não temos estatal e ainda estamos devendo muito”, disse.

Na sequência, o presidente falou em “sacanagens” e lembrou da iniciativa do governo de questionar na Justiça o poder de voto da União incompatível com a quantidade de ações que detém da empresa. “O governo tem 43% das ações da Eletrobrás, mas no Conselho só tem direito a um voto. Os nossos 40 só valem um. Quem tem 3% tem o mesmo direito do governo. Então nós entramos na Justiça para que o governo tenha a quantidade de voto de acordo com a quantidade de ações que ele tem”.

A política escandalosa da burguesia é denunciada pelo presidente Lula em termos do valor da entrega de um patrimônio inestimável, assim como o poder de participação na Eletrobrás. Detém a maior quantidade do percentual das ações e menos poder? Como isso pode estar correto? Essas manobras jurídicas são fruto de um negócio ilegal e só interessa a uma minoria privilegiada que enriquece às custas do povo. E Lula segue denunciando o golpe na Eletrobrás da seguinte maneira, segundo o mesmo portal Brasil 247:

“”A segunda sacanagem que fizeram é o seguinte: se o governo quiser comprar de volta a Eletrobrás e tiver um cara lá qualquer que ofereceu R$ 30 bilhões, sabe o que colocaram na lei? Que o governo brasileiro, para comprar, tem que pagar três vezes a oferta que foi feita pelo setor privado. Ou seja, é a sacanagem para tentar evitar que o governo volte a ser responsável por cuidar da energia que o povo tanto precisa”, acrescentou.

Lula disse que o governo estuda como retomar o controle sobre a companhia. “Estamos vendo como vamos fazer, porque eles venderam a Eletrobrás dizendo que ela era mal gerenciada e que iam moralizar. Sabe o que aconteceu? Os diretores da Eletrobrás aumentaram seu salário de R$ 60 mil para R$ 360 mil – isso porque iam ‘moralizar’. O conselheiro, o governo não podem indicar nenhum, porque o Conselho é indicado em uma chapa. Como o governo não participa da direção, não pode participar. E eles querem que a gente fique quieto. Nós não vamos ficar quietos. Vamos brigar muito por isso”.

O mandatário ainda aproveitou para garantir que não haverá mais privatizações. “Nós não vamos vender mais nada da Petrobrás, o Correio não será vendido, vamos tentar fazer com que a Petrobrás possa ter a gasolina mais barato, o óleo diesel mais barato, que a gente possa voltar a construir navios, que a gente possa voltar a fazer sonda, que a gente possa voltar a fazer plataformas, que a gente possa recuperar o maior patrimônio que o povo brasileiro construiu”.

O presidente Lula faz denúncias graves e ousadas sobre a Eletrobrás e afirmou que as privatizações estão todas barradas. Isso é muito positivo para a soberania nacional e o desenvolvimento do país, assim como a busca pela recuperação de uma das nossas mais importantes empresas estratégicas brasileiras. Diretores da Eletrobrás com salários absurdos, o Conselho da empresa sem poder ter a participação do governo, seu maior acionista, sem falar nos custos de operações como essas para a população no sentido mais pontual. Desta maneira, cabe uma enorme mobilização popular para enfrentar os arroubos dos golpistas e especuladores e trazer de volta uma empresa estratégica para o país. Lula ascende o fogo e cabe aos sindicatos e movimentos sociais elevarem a temperatura política para mais essa vitória do povo brasileiro; que passa justamente pela recuperação na marra dessa e de todas as nossas empresas.

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