A petrolífera estatal polonesa PKN Orlen está perdendo US$ 27 milhões por dia devido à diferença de preço entre o petróleo russo barato e as fontes mais caras, disse seu CEO ao Financial Times no domingo. Apesar da proibição de Varsóvia ao petróleo russo prejudicar seus cofres, a empresa quer que sanções ainda mais rígidas sejam aplicadas.
A Polônia prometeu em março passado parar de importar petróleo russo até o final de 2022. Para a PKN Orlen, isso significa que o preço do petróleo que ela compra agora é US$ 30 mais alto por barril do que antes, disse o CEO Daniel Obajtek ao jornal.
“Eu não chamaria isso de perda”, ele insistiu. “Este é um custo de mercado que se aplica a todas as empresas que não importam petróleo da Rússia.”
Embora a UE tenha proibido as importações marítimas de petróleo da Rússia, até agora isentou o petróleo bruto russo transportado ao longo do oleoduto Druzhba – que liga o coração da Rússia à Ucrânia, Bielo-Rússia, Polônia, Hungria, Eslováquia, República Tcheca, Áustria e Alemanha.
A Polônia tem sido um dos mais estridentes defensores de uma proibição da energia russa em toda a UE, mas a PKN Orlen continuou a comprar petróleo russo para consumo doméstico através da linha Druzhba, chegando a processar a operadora russa do oleoduto – Tatneft – em março, quando o fluxo parou por falta de pagamento.
A empresa rescindiu seu contrato com a Tatneft no mês passado, mas continua processando petróleo russo em sua refinaria na República Tcheca.
“A substituição completa do petróleo russo requer uma melhoria na logística de abastecimento de petróleo, na qual estamos trabalhando com o governo tcheco”, explicou Obajtek ao Financial Times.
Obajtek condenou a Alemanha por comprar petróleo do Cazaquistão através da linha Druzhba, declarando que “o lado alemão deveria repensar melhor a moralidade do que está fazendo”. Ele afirmou que a Rússia está usando intermediários para vender produtos petroquímicos refinados na Europa, apesar das sanções.
“Para resumir”, disse ele. “Acho que as sanções deveriam ser mais severas.”
A Obajtek tem interesse financeiro em criticar o uso pela Alemanha de um oleoduto russo para importar petróleo do Cazaquistão. Ele explicou que sua empresa está “muito interessada no mercado alemão” e pretende vender petróleo para o país como “uma espécie de alternativa de diversificação”.
Fonte: RT