“Nós enfrentamos um efeito do recrudescimento do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelo governo dos Estados Unidos […] Contudo, eles não serão bem sucedidos, pois a maioria do povo de Cuba tem uma capacidade de resistência e vontade, de unidade e compromisso a seguir solidificando o socialismo“.
É assim que George Battista Pérez, deputado da Assembleia Nacional e secretario geral do Sindicato Nacional de Trabalhadores de Energia, reafirma o tenaz espírito revolucionário do povo cubano em face da política genocida do bloqueio imperialista imposto pelos Estados Unidos da América.
A entrevista foi concedida ao jornalista Eduardo Vasco, correspondente internacional do Diário Causa Operária, em Havana Cuba, por ocasião das comemorações do Dia Internacional dos Trabalhadores, o 1º de maio.
Na ocasião, a tradicional comemoração na capital cubana ficou inviabilizada por causa da crise de combustíveis decorrente do bloqueio imperialista imposto sobre a ilha, e agravado pela atual crise mundial do imperialismo. Na entrevista, o deputado da Assembleia Nacional esclarece em detalhe estes pontos, explicando como funciona a política genocida do embargo e como ela afeta o desenvolvimento da ilha, deixando claro que ela é uma resposta ao fato de que Cuba se recusa a ser submissa aos interesses dos EUA.
Leia abaixo a entrevista na íntegra:
Diário Causa Operária: Qual o seu nome?
George Battista Pérez: George Battista Pérez
Diário Causa Operária: É deputado…?
George Battista Pérez: …deputado da Assembleia Nacional e secretario geral do Sindicato Nacional de Trabalhadores de Energia.
Diário Causa Operária: Certo. E, neste momento, é verdade que Cuba está passando por uma crise de combustíveis?
George Battista Pérez: Nós enfrentamos um efeito do recrudescimento do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelo governo dos Estados Unidos, incrementando com 243 medidas aplicadas desde a Administração Trump, medidas estas mentidas pelo governo Biden.
Ademais disto, fomos incorporados unilateralmente e sem nenhuma justificativa plausível na lista de países patrocinadores de terrorismo, o que limita em grande medida o acesso internacional ao crédito, à importação de produtos e aos meios necessários para o impulso econômico do país. Através dessas medidas, os EUA buscam há mais de 60 anos realizar um cerco econômico do país e nos forçar a abandonar nossa causa e nosso sistema social.
Contudo, eles não serão bem sucedidos, pois a maioria do povo de cube tem uma capacidade de resistência e vontade, de unidade e compromisso a seguir solidificado o socialismo. E isto vem fazendo com que aumentem os preços dos combustíveis; que os preços aumentem por efeito do bloqueio econômico. A lei (Helms) Burton cria impedimentos e perseguições contra navios e embarcações que entrem em Cuba trazendo o combustível. Por meio dela, aplicam multas a transnacionais, impedem-lhes que atraquem em portos norte-americanos durante seis meses. Isto torna a situação mais complicada, configurando um nível de pressão internacional sobre os países que poderiam nos ajudar. É uma maneira a mais que eles (os EUA) têm de lograrem seus objetivos. Para eles, Cuba é um obstáculo, e a situação se mostra inaceitável, pois se trata de um país que manteve a soberania, que manteve a revolução à sua porta, a 90 milhas de distância, e nós nunca renunciamos a nossos princípios.
Diário Causa Operária: E agora está mais difícil por causa da crise energética na Europa?
George Battista Pérez: Isto também influencia. A crise econômica mundial tem um impacto em Cuba, que é parte do mundo e, por óbvio, é atingida pela crise Europeia. O conflito entre a Ucrânia e a Rússia também tem um impacto. E tudo isto vai ao encontro de toda a nossa situação. O incremento no gasto estatal com combustíveis no ano de 2022 foi dez vezes maior, se comparado ao ano anterior. Ou seja, é uma situação muito complexa.
Diário Causa Operária: Deseja declarar algo mais?
George Battista Pérez: Não, muito obrigado a você.