O imperialismo europeu vem declarando guerra à classe trabalhadora europeia.
Depois do presidente francês Emmanuel Macron conseguir aprovar na Corte Constitucional da França um projeto completamente antipopular de elevação do tempo de contribuição para aposentadoria, que foi posto em prática por ele por meio de uma manobra constitucional sem precisar passar pela Câmara dos Deputados, onde certamente o projeto seria rejeitado, beirando a ilegalidade e ignorando os inflamados protestos que se seguiram ao anúncio da medida; agora é a vez da Itália passar com um novo rolo compressor por cima da classe trabalhadora italiana.
A Primeira Ministra da Itália, Giorgia Meloni, do partido de extrema-direita Fratelli D Italia, anunciou, em pleno 1° de Maio, data em que se comemora no mundo todo o dia da classe trabalhadora, o fim da garantia da renda básica no país.
O anúncio foi feito junto ao Conselho de Ministros da Itália e é parte de uma ampla reforma trabalhista também anunciada em 1° de Maio.
Segundo o Instituto de estatísticas da Itália, a renda básica de 550 euros por mês, instituída em 2019 pelo Movimento Cinco Estrelas, conseguiu tirar cerca de dois milhões de pessoas da pobreza, chegando a abranger 12% das famílias no Sul da Itália, parte menos desenvolvida do país.
Agora, o benefício poderá ser acessado apenas para famílias “previamente verificadas” que contenham crianças, pessoas com até 60 anos de idade ou pessoas portadoras de necessidades especiais.
O líder do maior dos sindicatos italianos, a Confederação-Geral Italiana do Trabalho (CGIL), Maurizio Landini, teceu várias críticas à reforma anunciada por Meloni.
Landini informou que a medida foi decretada sem que houvesse previamente nenhuma conversa com os sindicatos, que foram pegos completamente de surpresa.
As situações vividas tanto na França como na Itália mostram porque a classe trabalhadora não deve depositar nenhuma confiança nem na direita “liberal”, representada por Macron, como uma alternativa melhor à extrema-direita, e nem na demagogia populista da extrema-direita, representada por Meloni. No fim das contas, ambas estão contra os trabalhadores e trabalham para o grande capital.
A classe trabalhadora precisa constituir uma representação independente, um partido verdadeiramente operário, essa é a única alternativa para a garantia dos seus interesses.