O Sudão é um país chave para as disputas imperialistas na no continente africano. Lá é onde se encontra uma das maiores reservas de ouro e petróleo do mundo, o que tensiona os conflitos internos mediante pressão externa pelo domínio político do país.
O domínio imperialista, assim como em todo canto do globo terrestre, tende a aumentar os conflitos internos, gerando maior violência, principalmente devido ao caos econômico que os países submissos são subjugados. Nesse sentido, o imperialismo força uma divisão interna entre os cidadãos do Sudão, causando uma racha que, nos últimos dias, chegou ao estado de Guerra Civil.
Esse cenário de Guerra Civil não é novidade no Sudão. De 1983 até 2005 ocorreu uma das mais sangrentas guerras civis da história da humanidade. O conflito teve uma pausa com o imperialismo testando novas formas de dominação, por meio de ONGs, que promoveram um acirramento étnico-religioso no país.
Vale lembrar o caso da ocupação militar da França no Mali por uma década, o que resultou em um novo processo de dominação imperialista sobre o país africano, com as tropas tendo sido expulsas em 2022.
Em 2021, houve um golpe de Estado no Sudão. De lá para cá, as tensões têm se acirrado, e os assassinatos não param. Atualmente no poder está Abdel Fatah al-Burhan, que comanda as Forças Armadas do Sudão (SAF). A SAF e al-Burhan são homens da CIA no Sudão, o que deixa claro quem atende pelos interesses do imperialismo norte-americano no país.
Do outro lado, encontram-se as forças paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FSR), comandadas por pelo vice-presidente do Conselho Soberano, Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti, com tendência mais nacionalista. Essas forças têm feito aproximações com forças anti-imperialistas da Eritreia, país que faz fronteira com o Sudão.
O Sudão também tem tido maior aproximação com a Rússia, que exerce uma influência militar no país africano, principalmente via o Batalhão de Vagner. Além disso, a China também tem promovido uma expansão de influência econômica com a nova rota da seda. Isso mostra como o imperialismo tem perdido força no continente africano.
Outro fato pertinente diz respeito à votação da ONU no que se refere à questão da Guerra da Ucrânia, em que países africanos mostraram não estar sujeitos à submissão imposta pelo imperialismo. Assim, uma posição independente e um sentimento anti-imperialista têm ganhado força no continente mais oprimido do mundo.
O caso do Sudão é mais uma prova inequívoca que a derrota do imperialismo é um passo fundamental para a vitória de todos os povos oprimidos do mundo.