Passado mais de cem dias da posse do governo Lula, eleito pela classe trabalhadora que derrotou, nas urnas e na rua, o projeto da direita golpista de aprofundamento da política neoliberal de terra arrasada aos trabalhadores e a população em geral para beneficiar meia dúzia de banqueiros e capitalistas, nacionais e internacionais, parasitas da economia nacional, a nova direção do Banco do Brasil ainda não disse a que veio em relação aos ataques dos golpistas bolsonaristas, que permanecem em postos chaves na empresa, e continuam a atacar os seus subordinados e, também, os que se identificam e representam as organizações de luta dos bancários.
No período do famigerado governo Bolsonaro, as perseguições, o assédio moral, a política reacionária contra os trabalhadores foram na estratosfera. A direita golpista (do tipo PSDB, MDB, Cidadania, etc.) conjuntamente com a direita fascista bolsonarista realizaram uma verdadeira política persecutória dentro da empresa, ameaçando a tudo e a todos. Tal política visava desmantelar o Banco do Brasil, como parte da política, do antigo governo, de atendimento aos interesses políticos e econômicos, principalmente do capital imperialistas, contra os interesses da classe trabalhadora.
O quadro de terror havia sido instalado no banco, e foi geral. Achatamento salarial, a insegurança e o pânico vivido pelos bancários em seus locais de trabalho, descomissionamento e demissão em massa, fechamento de centenas de agências e dependências bancárias, etc., era parte do cotidiano dentro da empresa.
Mas, o que se vê hoje, em grande medida, é que essa política ainda perdura dentro do banco.
No Sindicato dos Bancários de Brasília chove denúncias, todos os dias, de assédio moral, perseguições nas dependências do banco por conta dessa permanência da direita golpista à frente de diversas dependências.
Apenas para exemplificar um caso, dos milhares que se tem conhecimento, que demonstra qual o modus operandi da direita reacionária que continua assediando os trabalhadores: na Ditec DF (Diretoria de Tecnologia) um funcionário, desde de 2018 encontra-se afastado do banco por razões de saúde por ter sido submetido a um isolamento profissional dentro da empresa, o que ocasionou numa doença psiquiátrica e, que faz até hoje um acompanhamento médico com psiquiatria e também psicológico desde o seu afastamento, devido às perseguições sofridas.
Para se ter uma ideia do tamanho do dano causado à saúde do funcionário, no momento em que uma das testemunhas do banco estava sendo qualificada, a mesma teve uma crise de choro e tremedeiras, tendo que ser afastada da audiência, situação essa que evidencia a situação da própria testemunha do banco que é submetida ao assédio do banco para que o mesmo busque o seu fim, através dos mais sórdidos meios. Em 12 de outubro do ano passado, houve o julgamento em primeira instância do caso em que a justiça do trabalho de Brasília reconheceu o assédio moral e estabeleceu a condenação ao BB.
Recentemente, o Banco do Brasil foi condenado, pela 69ª Vara do Trabalho de São Paulo, a pagar o valor de mais de R$ 8 milhões por assédio moral coletivos na área de Tecnologia daquela região em que o banco cobrava metas abusivas, monitorava ostensivamente o ambiente de trabalho e promoviam discriminação de gênero com empregados terceirizados.
Em um comunicado interno no mês de fevereiro passado, dirigida aos funcionários do Banco do Brasil, a Presidenta, Tarciana Medeiros, afirmou que: “nossa gestão não vai tolerar desrespeito, discriminação ou assédio de qualquer natureza. Não vamos tolerar a intolerância. O que queremos é valorizar o diálogo e a escuta ativa. Portanto, é necessário identificar, apurar e corrigir injustiças praticadas nos últimos anos, bem como a responsabilização de quem adotou tais práticas”.
Se é assim mesmo, Tarciana precisa, urgentemente, sacar os reacionários direitistas que ainda ocupam cargos de chefias e na administração do banco, que vem prejudicando os bancários ostensivamente.
Mais ainda, para os trabalhadores bancários, não basta pressionar a atual direção do banco de forma institucional. Os funcionários do BB precisam responder com um estrondoso NÃO à permanência dos golpistas à frente da empresa e, para isso, os sindicatos precisam organizar os trabalhadores do Banco do Brasil, conjuntamente com os bancários da Caixa Econômica Federal e demais bancos públicos, que passam pelo mesmo problema, e preparar uma gigantesca mobilização, através dos tradicionais métodos dos trabalhadores, greve, piquetes, ocupações, etc. para pressionar a direção desses bancos pela completa Limpeza dos golpistas bolsonaristas nas empresas estatais.