PSTU continua sua saga se alinhando ao imperialismo, ainda que disfarce com um esquerdismo ultrarradical. Neste dia 30, publicou em seu sítio uma matéria “Neste 1º de maio: marchar com a resistência ucraniana contra Putin e com a classe trabalhadora francesa contra Macron”. Apesar de atirar para todos os lados, essência ad política desse partido continua a mesma.
O início da matéria faz um apelo ao caráter internacional da classe trabalhadora e chama a todos para se unificarem com o regime nazista da Uucrânia contra “barbárie da guerra de Putin”. Como se vê, o PSTU é incapaz de entender que a Ucrânia está sendo usada em uma guerra por procuração do imperialismo contra a Rússia.
O texto segue com um tom emotivo e carregando na tinta ao dizer que “A marchar honrando a luta de nossos antepassados, reafirmando mais do que nunca que somos uma só classe no mundo inteiro, e que os que resistem e sofrem sob as bombas de Putin, os que enfrentam a polícia francesa para preservar suas conquistas, os que lutam contra os governos na América Latina como no Uruguai ou no Peru têm o mesmo inimigo, o capitalismo imperialista e seus governos no poder, a serviço de nossa exploração e morte”. Por enquanto, o partido segue esquecendo as bombas da OTAN. As mesmas que destruíram a Iugoslávia, o Iraque, a Líbia, o Afeganistão e que agora se dirigem ao Sudão.
Neste momento, a matéria dá um salto e passa a falar da pandemia de covid-19 e de como as mortes foram causadas por conta da lucratividade. Se bem que fizemos um chamado para que a esquerda saísse às ruas e exigisse testagem e vacinação em massa. Mas apenas o PCO saiu às ruas para lutar por essas reivindicações; além, é claro, de exigir a quebra das patentes. A luta, conforme alertamos, teria que ser nas ruas, e não fazendo postagens nas redes sociais.
A defesa do meio ambiente também não poderia faltar, pois o capitalismo “produz o aumento, em todos os lugares, de morte, exploração, opressão e destruição do meio ambiente”. Sim, é fato, bem como é verdade que o próprio imperialismo é quem mais tem feito pressão política para a defesa do meio ambiente, pois assim poderá sancionar países atrasados que não cumprirem determinadas metas de preservação. Enquanto os países ricos desmatam e poluem à vontade.
“Avançam na destruição do meio ambiente alimentando o aquecimento global e mostram a incapacidade do capitalismo de se dissociar da energia fóssil, que impõe ao proletariado sacrifícios sem precedentes, secas, inundações, deslocamentos de populações, desemprego e fome”. O “dissociar da energia fóssil” não passa de um artifício que sempre vem à tona quando o imperialismo mais está sedento de petróleo. No Brasil usaram esse argumento quando descobriram o Pré-sal. Inúmeros ambientalistas de aluguel apareceram na grande imprensa para defender a ‘energia verde’; para dizerem que o petróleo era uma coisa ultrapassada. No entanto, não descansaram até praticamente roubarem o nosso Pré-sal e praticamente destruírem a Petrobrás.
Imperialismo
Outra dificuldade do PSTU é entender que a Rússia e a China não são imperialistas. Ao criticarem que o imperialismo “aumenta a pilhagem nos países semicoloniais (,,,) com a exploração da mão de obra, o saque dos recursos naturais, com o aumento dos juros da dívida pública e por meio das armas. Este é o pano de fundo dos conflitos bélicos como o do Sudão e a guerra de Putin de ocupação da Ucrânia”. O PSTU coloca no mesmo balaio a Rússia e o imperialismo, como se os russos estivessem fazendo a operação militar com vistas à exploração de recursos ucranianos, quando é justamente o contrário. As potências imperialistas é que desejam esquartejar a Rússia para se apoderar de seus recursos naturais.
O PSTU afirma que “enquanto pegam em armas, as e os trabalhadores ucranianos resistem à ocupação de seu país há mais de um ano, uma sórdida campanha pela “paz” tenta destruir a simpatia do proletariado mundial por um povo que resiste e não se permite ser escravizado”. Por algum motivo, nunca citam os oito anos de massacre que a população do Donbass sofreu nas mãos dos nazistas ucranianos, treinados e financiados pelo imperialismo. A resistência de Donetsk e Lughanski não aparecem no radar do PSTU. Esse ‘esquecimento’ desse partido não é ocasional, pois o imperialismo também não menciona essa gente que resistiu a todo tipo de barbaridades.
Tiro para todos os lados
“Nem Biden, nem Macron-Scholz, nem Xi Jinpin estão interessados na soberania da Ucrânia e menos ainda na vitória do seu povo armado!”. Pelos menos a China, bem como o Brasil, estão tentando negociar a paz na Ucrânia, porque não interessaria a soberania do povo ucraniano. Até Macron e Scholz, se pudessem sair debaixo da bota dos Estados Unidos, seguramente tratariam de buscar a paz.
Segundo o PSTU, aqueles presidentes “só visam seus interesses e estão dispostos a destruir o país para alcançá-lo”. Em que, exatamente, a China se beneficiaria com a destruição da Ucrânia? O texto não deixa claro.
O PSTU, tem de criticar Zelenky para não deixar transparecer seu apoio ao imperialismo, por isso segue com sua velha política do “Fora todos”. Vejamos: “Lutamos junto com os trabalhadores ucranianos e alertamos que Zelensky, como representante da oligarquia e das corporações estrangeiras, está desfalcando as necessidades dos trabalhadores armados que arriscam suas vidas contra os ocupantes invasores, porque em meio à guerra seu governo continua favorecendo o roubo e saque do país e o submete ao FMI”.
Apesar de criticar, esse grupo apoia Zelensky, pois apoiou o golpe de 2014, que colocou governante fantoche na Ucrânia. A crítica não passa de disfarce.
Neste 1º de Maio, tudo o que o PSTU tem feito é reiterar sua profunda falência política, pois se tornou mais um apêndice do imperialismo no interior da classe trabalhadora.