Desde a derrota para o Talibã no Afeganistão, os países atrasados no mundo vêm se afastando sucessivamente do domínio imperialista e buscando maior soberania. No Oriente Médio, esse panorama vem crescendo. Desta vez, a Síria, país atacado intensamente pelo imperialismo, caminha para a resolução de suas contradições atuais que resultará no fim da guerra civil em curso no país.
Com maior fortalecimento interno e estreitando laços com os países vizinhos, a Síria segue uma política contrária aos interesses norte-americanos, pois rompe com a política de isolamento do país.
O crescente diálogo com a administração curda e a aproximação com a Arábia Saudita são os destaques desta etapa política.
Desde a chamada primavera árabe, e a posição defensiva adotada pelo governo de Bashar al- Assad, o país esteve suspenso da Liga Árabe.
A guerra civil surgiu como consequência desses acontecimentos e serviu também para enfraquecer o país, porém, de acordo com as recentes movimentações políticas, essa situação tende a ser superada no próximo período.
No último dia 18, houve o encontro entre o ministro de relações exteriores saudita, Faisal bin Farhan e o presidente sírio Bashar al Assad, algo que não era realizado há uma década.
O encontro ocorreu em Damasco e de acordo com o ministro saudita, houve a discussão sobre a volta da Síria à Liga Árabe.
Na semana anterior, na Arabia Saudita, nove diplomatas de países da Liga se encontraram para também discutir a questão.
Em relação ao problema do controle curdo das áreas ricas em petróleo e gás, suas autoridades afirmaram “disposição de nos reunir e conversar com o governo sírio e com todos os partidos sírios para manter discussões e apresentar iniciativas para uma solução”. Desde 2018, não há avanços nesse diálogo.
A questão curda afeta também a Turquia devido à distribuição geográfica dessa população e também ao controle imperialista desse povo.
Quando questionado sobre o problema em uma emissora russa, Assad afirmou: “qualquer partido ou indivíduo trabalhando para uma potência estrangeira é simplesmente um traidor e um colaborador”.
É muito importante a movimentação dos países árabes contra o controle imperialista, pois foram eles que sofreram nas últimas décadas as piores intervenções norte-americanas.
Síria, Afeganistão e Iraque são exemplos da capacidade e da crueldade dos ataques imperialistas às populações dos países atrasados.
O enfraquecimento do imperialismo através do enfrentamento dos países por eles oprimidos, assim como o afastamento de aliados como por exemplo a Arábia Saudita, favorece a inevitável rebelião da classe trabalhadora mundial contra esse domínio macabro, sendo essa a única maneira de enterrar de vez o império norte-americano.