Nos bancos, a máxima “aos amigos favores, aos inimigos a lei” funciona impecavelmente, e cabe muito bem em relação aos maiores parasitas da economia nacional e internacional.
Para eles o céu é o limite, mas em se tratando dos trabalhadores a lei só funciona para prejudicar.
O item 4.12 da Norma Regulamentadora número 5 (NR-5), que versa sobre as regras da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), garante a estabilidade do cipeiro desde a inscrição para concorrer à comissão, até um ano após o fim do mandato. Além disso, o artigo 165 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), mas, para os trabalhadores, principalmente aqueles que são a linha de frente de defesa dos direitos da classe, os banqueiros ignoram olimpicamente as leis, passam por cima e, além disso contam com complacência dos tribunais que, vamos ter claro, estão praticamente todos nos bolsos dos banqueiros, numa ação conjunta para massacrar os trabalhadores.
Recentemente um bancário cipeiro, que trabalhava no Edifício Complexo JK – Torre, na Grande São Paulo, foi demitido sem maiores explicações. “O trabalhador foi dispensado pelo banco faltando 15 dias para acabar a estabilidade no emprego, e sempre foi eleito para a Cipa com apoio do Sindicato”. (Sítio do Sindicato dos Bancários de São Paulo)
“‘Os funcionários estão assustados, pois veem que não têm mais proteção diante de uma lei e de uma norma que protegem contra arbitrariedades trabalhadores que optam por concorrer à Cipa com o objetivo de cobrar do banco melhores condições de trabalho’, pontua Wellington Prado Corrêa, dirigente sindical e bancário do Santander” (idem)
A investida dos banqueiros imperialistas espanhóis em solo brasileiro não é uma novidade. Em outra situação, eles chegaram a cortar em 55% do salário de mais de 40 dirigentes sindicais, cipeiros e trabalhadores em estabilidade provisória, que ingressaram com ações judiciais de sétima e oitava hora. Utilizam essas medidas com o objetivo de tentar intimidar a luta dos trabalhadores, inclusive, passando por cima de sentenças judiciais.
Mas essa demissão de um representante dos trabalhadores, feita pelo Santander, não é a primeira e não será, com certeza, a última.
Na tentativa de calar os trabalhadores, a direção do banco imperialista vem sistematicamente impedindo o acesso de dirigentes sindicais nas dependências do banco, para que os mesmos possam distribuir materiais e conversar com os trabalhadores, sobre o que, efetivamente, vem se dando dentro da empresa e, dessa forma tentam calar os trabalhadores, com o objetivo de implantar uma ditadura nas dependências bancárias.
É preciso barrar a sanha reacionária dos banqueiros e, para isso, somente a mobilização dos trabalhadores poderá barrar tal ofensiva. As direções sindicais devem levantar, imediatamente, uma gigantesca mobilização através dos tradicionais métodos de luta da classe trabalhadora: greves, ocupações, organização de comitês de luta, etc., e partir para cima dos banqueiros, que a cada dia atacam os direitos dos bancários conquistados através de mais de cem anos de lutas.