O Brasil será julgado pela primeira vez, acusado de ter violado os direitos quilombolas, por conta de sua base militar em Alcântara, no Estado do Maranhão. O País se transformou em réu da Corte Interamericana de Direitos Humanos devido à tal construção, que já tem mais de 40 anos.
O julgamento do processo se iniciou nesta quarta-feira (26). Alegam suspeição de violação dos direitos democráticos dos quilombolas, o que configurou por meio de denúncia que o caso passe a ser julgado pelo tribunal.
A partir de 2020, a comissão, vinculada à OEA (Organização dos Estados Americanos) concluiu que mais de 150 comunidades foram afetadas à época. Ora por falta da emissão de títulos da terra para todas essas pessoas, ora devido a uma não consulta prévia destas comunidades para que a Base fosse ali instalada, e também pela falta de recursos para remediar a situação dessas populações.
Trata-se de puro cinismo extraordinário revestido com identitarismo. Claro que as comunidades quilombolas são importantes e devem ter seus direitos assegurados, mas essa base é fundamental para o Brasil. A solução seria apenas encontrar outro lugar adequado para alocar essas comunidades
A OEA é um braço do imperialismo, e os Estados Unidos sempre cobiçaram a base de Alcântara, um dos melhores lugares do planeta para o lançamento de foguetes. Após muitas tentativas frustradas, os americanos conseguiram lugar na base durante a gestão do ilegítimo Jair Bolsonaro e do então governador, Flávio Dino.
Os EUA estão promovendo uma farsa e se aproveitam de um fato ocorrido há quatro décadas para atacar o governo e desestabilizar o Brasil. Procuram brechas para promoverem sansões e retaliações, pois estão contrariados com a postura independente do governo Lula, que procura escapar do dólar e está investindo nos BRICS.
Os quilombolas estão sendo usados como massa de manobra, o imperialismo financia ONGs identitárias exatamente para isso. Se a Ditadura Militar, como é muito provável, não agiu corretamente com a população local, cabe reparar naquilo que for possível.
A outra farsa é a suposta preocupação da OEA com os quilombolas. A população negra dos Estados Unidos, por exemplo, frequentemente é vítima da polícia, exemplos não faltam. O imperialismo não se preocupa em julgar as próprias polícias ou denunciar a brasileira, que em 2021 foi responsável por 12,9% de todas as mortes violentas no país.
O Maranhão registra o maior número de assassinatos no campo, ou seja, é o estado que mais mata quilombolas. Em 2021, foram registrados 26 assassinatos devido a conflitos no campo no estado, sendo 3 quilombolas. Em 2022, foram mortos 4 quilombolas. A base de Alcântara, portanto, é o menor dos problemas.
Devemos denunciar essa ingerência indevida do imperialismo nas nossas questões internas. Os Estados Unidos devem sair da base de Alcântara imediatamente. Temos que denunciar essas ONGs financiadas pela CIA e que servem apenas como defensores do grande capital.
A OEA participou do golpe na Bolívia em 2019, que visou uma eleição democrática e colocou uma golpista no poder. Tudo isso no intuito de se apoderar dos recursos naturais de nosso país vizinho. Não devemos nenhuma explicação à OEA. Fora, golpistas!