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A vida de Lev Sedov, um exemplo para toda a juventude

Baseado no obituário escrito por seu pai, Trótski, a vida de Lev Lvovich Sedov mostra a necessidade de uma juventude consciente e preparada para a revolução

A infância e a adolescência de Lev Lvovich Sedov, filho de Trótski, mostram que não existe idade para ingressar na luta revolucionária, mas sim que a experiência de começar desde cedo é grandiosa e de extrema importância para a própria revolução. Na verdade, ninguém deveria perder muito tempo para entrar em um partido operário e revolucionário, como é o PCO.

A vida de Lev Sedov pode ser desconhecida diante do gigantesco legado de seu pai. Entretanto, o “filho de Trótski” não era um simples coadjuvante ou uma personagem secundária na história da luta da classe operária. Sua dedicação na luta contra o stalinismo e na formação da Quarta Internacional são frutos sem igual da Revolução Russa e da luta revolucionária desde então.

Sedov foi morto aos 32 anos pelas bestas feras de Stálin e de seus amigos. Todo o seu trabalho foi realizado enquanto ainda era jovem. Ele também viveu na pele os principais acontecimentos da Revolução Russa – um dos únicos militantes Bolcheviques da sua geração que sobreviveram ao massacre stalinista. Seu legado e sua biografia, portanto, passam pela prova da necessidade de uma juventude consciente, disciplinada, e formada para fazer a revolução.

Ainda em 1905, ano marcado pela Revolução Russa, ele estava na barriga de sua mãe, Natália Sedova, enquanto estava aprisionada em São Petersburgo. Ele nasceu em 1906, no outono, quando ela foi solta, e logo incorporou frontalmente os acontecimentos da revolução como suas primeiras impressões.

Sendo filho de Trótski, sua vida já começou deveras interessante. Durante sua infância, acompanhou seus pais em fuga para a Suíça, na deportação de Trótski para a França, e em diversas viagens de batalha. Nessas, ainda criança, aprendeu lições valiosas para qualquer militante marxista.

Trótski conta, no obituário que escreveu após a morte de Sedov, que, com 11 anos, seu filho atingiu um oficial britânico com o punho: “ele sabia em quem bater; não nos marinheiros que me carregaram para fora do navio, mas no oficial que deu as ordens.”. Já no Canadá, ele aprendeu a ocultar cartas não lidas pela polícia, bem como a colocá-las secretamente na caixa de correio – um ensaio para seu futuro trabalho clandestino na Oposição de Esquerda.

Em 1917, ao fazer 12 anos, a Revolução Russa permitiu que ele e sua família voltassem à Rússia. Assim, viveu os principais acontecimentos da principal revolução operária da história, e, ainda adolescente, ele fez conscientemente a transição da revolução de fevereiro para a de outubro.

Nessa situação, Sedov buscou participar de todas as atividades dos militantes revolucionários. Para ingressar no Komsomol (Juventude Comunista), por exemplo, adicionou um ano à sua verdadeira idade, e, por sua própria vontade, contra a vontade de seus pais, deixou o Kremlin e seus privilégios para morar em um dormitório de estudantes do proletariado. Mesmo na escola burguesa onde estudou, na qual era tratado com porradas pelos filhos dos liberais e dos socialistas revolucionários por ser “O filho de Leon Trótski”, ele já assumia e defendia a política Bolchevique.

Certa vez, como seu pai relata, ele apareceu com suas mãos cobertas de sangue após uma discussão política na escola com o filho de Kerensky. Junto com seu irmão Sergei, em outra situação, ele se jogou, com facas na mão, em um oficial que havia declarado que os bolcheviques eram agentes da Kaiser. O mesmo aconteceu quando Serebrovsky, futuro lacaio stalinista, tentou insinuar que Lênin era um espião alemão.

Assim, com apenas 12 anos de idade, ele participou aguerridamente das mais diversas atividades bolcheviques e da luta política intensa no ano da revolução. Seja contra as forças e a política dos Kadets, Socialistas Revolucionários e Mencheviques, ou diretamente na construção da juventude do partido. Vale lembrar, que neste ano o partido bolchevique cresceu centenas de milhares de militantes e levou, afinal, a derrubada do governo provisório e a instauração do primeiro Estado Operário do mundo.

Depois da significativa experiência na Revolução de Outubro, Sedov seguiu em tarefas cruciais para o desenvolvimento do Estado Operário. Nos Sábados Vermelhos – fins de semana de trabalho pesado militante – e em outras mobilizações dos trabalhadores, ele participava limpando as ruas de Moscou, liquidando o analfabetismo, carregando pão e lenha ou, como foi mais tarde, sendo ele um estudante politécnico, reparando locomotivas.

Já na Guerra Civil, quando o Exército Vermelho lutou contra 14 exércitos do imperialismo, ele só não entrou na linha de frente por poucos anos de idade. Contudo, acompanhou seu pai no fronte da guerra e compreendeu de perto a necessidade de toda aquela batalha sangrenta.

Em 1923, o Komsomol cumpria um papel fundamental na Oposição. Como diz o próprio Trótski, ele “desenvolveu rapidamente seus próprios quadros de líderes da oposição” e, ainda, segundo o historiador trotskista Pierre Broué, 85% das pessoas da oposição tinham menos de 35 anos. Sendo assim, naturalmente, Sedov não deixou de participar na luta contra a política da Troica stalinista. Com seus 17 anos, rapidamente aprendeu os detalhes do trabalho conspiratório, já participava e organizava reuniões ilegais, bem como já secretamente produzia e distribuía os principais documentos da Oposição contra a política levada por Stálin e seus aliados.

Estes, a burocracia soviética formada às custas da revolução, assassinaram toda uma geração de revolucionários. Os melhores que restaram da repressão Czarista, dos exílios, da guerra civil, da fome e da doença, foram brutalmente assassinados. Eles não só destruíram a primeira geração Bolchevique que organizou a Revolução Russa, como dizimaram aqueles que despertaram em 1917 – como Sedov – e treinaram nos exércitos da revolução.

O próprio Sedov sobreviveu, apenas, por ter, com 22 anos, abandonado seus amigos, sua escola, seu filho de 3 anos e sua esposa para acompanhar sua família no exílio político. Ele não foi como filho, mas sim como um militante, capaz de dar o máximo de si para a revolução.

Anos depois, Sedov foi uma das figuras mais importantes da Quarta Internacional, o organizador da vontade de seu pai e o autor do renomado “Livro Vermelho”. Agora, isso não seria possível, ou pelo menos não seria como foi, sem a experiência que viveu durante a Revolução Russa na sua infância e adolescência.

É um fato, não existe idade para entrar em um partido revolucionário. Pelo contrário, as contribuições de Sedov mostram justamente a importância de começar cedo. O trabalho operário e a luta política incessante de um partido revolucionário são o que, de fato, fazem um verdadeiro militante e um verdadeiro marxista.

Se você é jovem, independente da idade, entre logo no PCO. Aprenda na prática a ser um militante revolucionário, viva e participe ativamente dos principais acontecimentos políticos.

Entre em contato conosco: (11) 9.9741-0436
sorg.pco@gmail.com

Artigo publicado, originalmente, em 11 de novembro de 2021

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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