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Dourados (MS)

PM reprime e atira em índios que protestavam contra prisão ilegal

A maioria dos manifestantes era crianças e mulheres e elas passaram mal por inalar spray de pimenta; um indígena sofreu um tiro de bala de borracha no rosto

Eduardo Vasco, de Dourados (MS)

Os indígenas da retomada Iwu Vera, em Dourados (MS), fecharam um trecho da BR-210, a Perimetral Norte, na manhã desse sábado (22), em protesto pela liberdade de nove índios guarani, caiouá e terena que, duas semanas antes, haviam sido presos pela Polícia Militar, acusados, entre outras coisas, de porte de armas. Nenhuma prova foi apresentada e os índios rejeitam as acusações.

Com uma faixa onde estava escrito “liberdade aos indígenas presos por Riedel” (governador do estado) e algumas bandeiras do Partido da Causa Operária (PCO), eles impediram os carros e caminhões de passar por aquele trecho da rodovia, ao lado da retomada.

A manifestação foi organizada pelo Comitê de Luta das Retomadas e, além do PCO, contou também com a participação do Comitê de Apoio à Luta dos Povos Indígenas, de militantes e ativistas políticos e sociais que se solidarizam e defendem a luta dos indígenas de Dourados.

O ato era pacífico, contando com danças e cantos tradicionais protagonizados pelas esposas de alguns dos presos, até o momento em que a Tropa de Choque da PM apareceu por trás dos caminhões que estavam parados antes do bloqueio, esperando para entrar na cidade. Os policiais se aproximaram do bloqueio em bloco e trotando. O chefe da operação sequer propôs algum tipo de negociação com os manifestantes.

A polícia se posicionou e começou a disparar bombas de gás lacrimogêneo, cujo efeito imediatamente fez arder os olhos de muitos manifestantes, incluindo crianças e mulheres. A reportagem também sofreu com o efeito do gás, com os olhos ardendo e dificuldade de respirar. Uma mulher caiu no chão e se machucou ao fugir dos disparos de bombas e balas de borracha.

Os manifestantes tiveram de recolher as faixas e bandeiras e fugir a caminho do território da retomada Nova Iwu Vera. A PM avançou e saiu da via, posicionando-se à entrada do caminho para a retomada. Os agentes continuaram a disparar e atingiram um indígena no rosto, conforme foi mostrado no vídeo gravado com exclusividade pela equipe do DCO e que viralizou nas redes sociais.

Gritos e xingamentos contra os policiais eram disparados, junto com paus e pedras, em resposta aos disparos de balas de borracha e bombas de gás. “Deus vai te levar para o inferno”, gritava um senhor indignado com a PM. Ao menos três indígenas afirmaram que os policiais não dispararam apenas balas de borracha, mas também balas reais. Por alguns minutos, os indígenas se reagruparam e buscaram se recuperar das bombas de gás e da correria. Em seguida, um grupo que estava na linha de frente acreditou que era possível conversar com os policiais, mas a tensão apenas voltou a se elevar.

Um policial voltou a disparar contra os manifestantes (uma criança estava muito próxima dos policiais neste momento) após receber uma pedrada em sua espingarda. Ele e seus colegas ameaçaram abrir fogo novamente caso os indígenas não recuassem ainda mais. Muitos tinham a impressão de que a tropa de choque iria invadir e destruir a retomada.

Finalmente o clima foi se distensionando quando ambos os lados recuaram. Pouco depois, a PM finalmente foi embora e os índios começaram a se acalmar. Eles ainda permaneceram alertas até o cair da noite, quando voltaram a se reunir para jantar e combinar uma reunião para a manhã do dia seguinte, onde decidiriam os rumos da luta.

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