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Histeria identitária

Casagrande, fantoche dos Frias, ataca de novo o futebol nacional

No caso Cuca, Casagrande, o boneco de ventríloquo da Folha, impulsiona histeria identitária e revela seu caráter de bolsonarista “cheiroso” … Um moralista vazio

Juca Simonard, do Zona do Agrião

O ex-jogador e comentarista Walter Casagrande publicou uma coluna afirmando que o presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves, “está manchando a história da verdadeira Democracia Corinthiana” por causa da contratação de Cuca para comandar o elenco do Timão.

Assim que o nome de Cuca foi anunciado pela diretoria do clube paulista, a histeria identitária tomou conta das redes sociais e da imprensa burguesa, continuando uma campanha que já dura mais de três anos contra um dos melhores técnicos brasileiros na atualidade.

Cuca, em 1989, então jogador do Grêmio, foi condenado com outros atletas do tricolor gaúcho a 15 meses de prisão após ser acusado de manter relação sexual com uma garota de 13 anos na Suíça. Para os identitários, o suposto crime ocorrido há mais de 30 anos seria motivo para “cancelar” Cuca. Este não poderia mais exercer nenhum tipo de emprego, sendo efetivamente “morto” socialmente. 

É esta ideia que o artigo de Casagrande compartilha. O ex-jogador do Corinthians, que aparece como esquerdista e defensor das mulheres, no entanto, não passa de um porta-voz nos esportes do que há de mais reacionário na sociedade brasileira: a família Frias, dona do Uol e da Folha de S.Paulo, que apoiou e financiou a ditadura militar brasileira, o golpe de Estado de 2016 e todos os tipos de ataques à população.

Casagrande, surfando na onda do “cancelamento”, política do identitarismo patrocinado pelo imperialismo norte-americano, exige que “as mulheres torcedoras do Corinthians deveriam fazer uma manifestação séria e forte contra essa contratação”. Ainda, usando de um artifício tipicamente direitista, diz que a contratação “não foi só um desrespeito com as mulheres corintianas, mas com todas as mulheres, que já foram abusadas ou não”. E continua: “será que você agiria da mesma maneira se uma mulher da sua família tivesse passado o mesmo que aquela garota de 13 anos?”

Assim, cai a máscara esquerdista do direitista enrustido. Afinal, são os bolsonaristas que, quando a esquerda exige o respeito aos direitos democráticos de indivíduos acusados de crime, ecoam a frase estúpida: “e sua fosse sua família ou um ente querido que fosse vítima de agressão?”, “e se sua filha fosse estuprada, assassinada etc”.

A política do cancelamento, exigida por Casagrande e a trupe identitária, é uma política da idade média, de caça às bruxas. “Os pecadores têm que pagar” para sempre, diziam os inquisidores medievais. “Os pecadores têm que pagar” para sempre, repetem os censores atuais, que disfarçam sua política persecutória com uma suposta defesa das mulheres e dos oprimidos.

Aliás, mesmo tendo sido condenado, Cuca não deve nada a ninguém legalmente. Como o próprio Casagrande admite, “a pena já caducou”. Isto é, segundo o raciocínio do cancelamento, mesmo quem não deve, precisar temer. O “pecador” deve ser excluído da vida social.

Digamos, por exemplo, que um cidadão de 18 anos tenha sido corretamente aprisionado por homicídio. Este cidadão cumpriu a pena, ficando, por exemplo, seis anos encarcerado. Ao sair da prisão, o jovem de 24 anos, de acordo com os canceladores, não terá direito de cumprir mais nenhuma função social, não poderá conseguir emprego. Em outras palavras, o identitarismo defende uma prisão perpétua — até mesmo a pena de morte; neste caso, não uma morte física, mas social. O mais hipócrita é que estes setores aparecem como “esquerda” ou “progressismo”. Os supostos defensores dos chamados direitos humanos, na realidade, não passam de bolsonaristas sem o fedor da extrema-direita. 

Casagrande não passa disso: um bolsonarista cheiroso. Tanto é assim que acha que pode julgar os outros moralmente, mesmo com toda a população brasileira sabendo das suas práticas consideradas socialmente imorais. O paladino da moral e dos bons costumes afirma que “Duilio é péssimo na avaliação de princípios e valores”.

Fato é que a campanha de perseguição a Cuca iniciou quando o treinador estava em seu melhor momento dos últimos anos. Em 2020, levou um time mediano do Santos à final da Libertadores. Em 2021, foi campeão brasileiro e da Copa do Brasil com o Atlético Mineiro. Cuca poderia ser facilmente indicado como novo treinador da Seleção Brasileira, mas a histeria identitária visa enterrar sua carreira. Seria muita polêmica para a CBF indicá-lo para comandar a Canarinho.

Coincidentemente, resgataram um suposto crime contra um dos melhores treinadores brasileiros da atualidade justamente em um momento em que o futebol nacional vive uma onda de infiltração de treineiros estrangeiros no país, e se fala até em um técnico europeu na Seleção.

Mas voltando a Casagrande. Ele diz que Duilio “mancha a história da verdadeira Democracia Corinthiana”. Mas, na verdade, este “crime” é dele, um oportunista que surfou na onda do movimento, expressão da classe operária mobilizada na década de 1980, para ganhar prestígio; e se vendeu, primeiro para a família Marinho, e em seguida para a família Frias, setores pró-imperialistas inimigos do povo brasileiro.

Ainda, Casagrande diz que o presidente do Corinthians desrespeitou “todas as mulheres”. Pois bem, com a mesma lógica, pode-se afirmar que Casagrande, ao ser um porta-voz dos Frias, desrespeita todo o povo brasileiro, sem direitos por causa do golpe de Estado de 2016; torturado pela ditadura militar; jogado na miséria pelo neoliberalismo dos governos Collor e FHC. 

Em outras palavras, o paladino Casagrande não passa de mais um inimigo dos trabalhadores. Seu moralismo vazio não passa de um engana-trouxa, um ouro de tolo para esquerdistas desmiolados.

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