A censura no futebol brasileiro segue a todo vapor, primeiro foram as torcidas punidas por emitir opinião política ou enquadradas na fobia mais conveniente pelos gritos na arquibancada. Agora, jogadores e comissão técnica podem ser punidos por discordarem da arbitragem.
A novidade se dá pela política de “tolerância zero” com reclamações em relação à arbitragem feitas por jogadores e comissão técnica. A medida já gerou punições logo na primeira rodada do Brasileirão, foram 21 cartões distribuídos por consequência dessa implantação.
Somente duas partidas da rodada inicial do campeonato não tiveram cartões aplicados pela atual política, os árbitros na súmula, justificaram que o indivíduo punido desaprovou com palavras ou gestos decisões da arbitragem.
Nota-se que a medida vai além da fala, um simples gesto pode acarretar uma advertência ou uma expulsão através dos cartões.
Outro fator notório é que a arbitragem no futebol pode muito bem defender interesses dos tubarões da bola, favorecendo determinado time, por diversas finalidades, em troca de vantagens particulares. São inúmeros casos comprovados e suspeitos envolvendo esse tipo de prática.
O aumento da punição nesse caso tem como base um aspecto abstrato, afinal não se trata de uma falta ou jogada fora das regras do esporte, mas sim de uma fala ou gesto a ser interpretado por aquele que foi supostamente ofendido ou simplesmente criticado.
Essa política pode facilmente ser responsável por prejudicar algum time indesejado de um determinado campeonato ou jogo decisivo, caso ele seja um obstáculo para algum interesse escuso. Basta alegar uma reclamação à arbitragem, algo natural, principalmente em jogos onde as emoções estão exaltadas.
A CBF, nem sequer poupou o maior protegido do futebol nacional atualmente, contraditoriamente um português, o técnico Abel Ferreira, que comanda a equipe do Palmeiras.
Abel foi expulso na primeira rodada. Na partida entre Palmeiras e Cuiabá, o palmeirense recebeu o cartão amarelo por defender um auxiliar e em menos de cinco minutos foi expulso por deixar a área técnica para reclamar com o bandeirinha.
O problema colocado pela política identitária para censurar o futebol está tomando cada vez mais um caráter problemático. Primeiro foram as torcidas, agora os próprios jogadores e comissão técnica não podem simplesmente reclamar sobre o que é decidido em jogo.
Qual será o futuro do futebol? Logo, ninguém poderá manifestar qualquer opinião a respeito do esporte. Somente será permitido à imprensa imperialista emitir qualquer parecer sobre o assunto, ainda correndo o risco de ser censurada.
O futebol brasileiro pertence aos seus torcedores, nenhuma censura pode ser aceita.