Com a revolta dos funcionários e os questionamentos realizados pelo movimento sindical em relação à nova instrução normativa editada pelo Banco do Brasil, na última terça-feira (18), que determina, em casos de diferença a menor nos guichês de caixas das suas agências, tanto o Caixa Executivo como de Gerente de Módulo, o gestor da dependência deveria registrar um Boletim de Ocorrência na delegacia; a direção reacionária da empresa “voltou” atrás na sua determinação. Voltou atrás, “pero no mucho”.
O Banco do Brasil reeditou a instrução Normativa, só que agora, o xilindró só valerá para aqueles funcionários que perceberem uma diferença nos seus caixas de valores iguais ou superiores a cinco mil reais.
A direção, ultrarreacionária, do Banco, cinicamente, tenta enganar os mais incautos na tentativa de que eles “comprem gato por lebre”. Para os cínicos banqueiros: “o boletim de ocorrência não acusa ninguém. É apenas a comunicação para a autoridade competente do sumiço do patrimônio” (Site Contraf/CUT 19/04/2023)
Esses direitistas que se encontram hoje à frente do banco, além de reacionários, são presunçosos ao acharem que os trabalhadores são todos otários. Como assim: “apenas uma comunicação” para a polícia!?
A malandragem feita pela direção do banco não muda em praticamente nada a norma anterior em relação às verdadeiras intenções dos patrões: tratar os trabalhadores como verdadeiros criminosos em vez de dar proteção aos seus funcionários.
Não é novidade para o trabalhador bancário (e, também para os direitistas da direção do banco) que eles estão sujeitos a, por exemplo, serem vítimas de fraudadores, estelionatários, ou coisas que o valham. Se, por um acaso, um caixa seja uma dessas vítimas… pronto, lá vai boletim de ocorrência e até se provar que focinho de porco não é tomada, já era, meu amigo. Poderíamos elencar diversos exemplos de possíveis diferenças a menor dos Caixas Executivos, mas não é nada disso que se trata a instrução normativa do banco. Trata-se de oprimir, ainda mais, os trabalhadores por meio de ameaças, ou seja, mais chicotadas no lombo dos funcionários. Se hoje uma diferença de caixa pode dar cadeia, amanhã pode ser uma greve, um “desacato” a um “superior”, etc. e tal.
E mais: aqui a situação está totalmente invertida. Na verdade, os criminosos são os banqueiros, que arrocham os salários, demitem em massa, descomissionam, utiliza como modus operandi o assédio moral para obrigar os bancários a atingirem metas de vendas, assédio sexual, terceirização, etc., etc., etc.
Isso sem falar que no período da pandemia do coronavírus foram responsáveis pela morte de centenas, sabe-se lá de até milhares de pessoas, dentre bancários e clientes.
Para esses motivos, vamos falar sério, que são muito mais graves do que uma simples diferença de caixa, não tem boletim de ocorrência.
Não é possível, e é até uma contradição, que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que vem adotando uma política voltada aos trabalhadores, tenha à frente do Banco do Brasil uns direitistas de dar inveja aos bolsonaristas. É uma contradição muito aguda e precisa ter fim.
Para isso, as organizações de luta dos trabalhadores bancários, os seus sindicatos, devem, imediatamente, organizar uma gigantesca mobilização de toda a categoria contra essa medida. Imagina se a moda pega em todas as instituições financeiras.