Na noite de segunda-feira (17), Jake Sullivan; Conselheiro da Segurança Nacional da Casa Branca e Celso Amorim, assessor especial da Presidência Brasileira, se falaram por telefone em ordem de discutir sobre “A Guerra da Ucrânia e Rússia, além de uma série de questões bilaterais e globais, a contínua cooperação no combate à mudança climática e proteção do meio ambiente, o G20 e nossos esforços conjuntos para preservar as instituições democráticas”, afirma a Casa Branca sobre o comunicado.
O episódio ocorre devido às críticas de representantes do governo dos Estados Unidos ao Brasil, em reação a fala do presidente Lula Inácio da Silva (PT), “É preciso que os EUA parem de incentivar a guerra e comecem a falar de paz”, disse Lula no final de sua visita a Pequim.
As Críticas contra Lula se intensificam depois de o presidente receber o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que chegou no Palácio do Itamaraty para ter uma reunião nesta segunda-feira (17) com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira,
Jon Kirby, porta-voz de Sullivan, disse na segunda-feira que o Brasil repete a propaganda russa em relação à Guerra da Ucrânia, após Lula afirmar no domingo (16) que a decisão da guerra foi tomada por dois países, mais uma vez colocando a Ucrânia como co-responsável pelo conflito iniciado em fevereiro do ano passado.
“Ao mesmo tempo em que meu governo condena a violação da integridade territorial da Ucrânia, defendemos uma solução política negociada para o conflito”, disse Lula ao discursar nesta terça-feira (18).
Por sua vez, o assessor especial do presidente brasileiro para assuntos internacionais, o ex-chanceler Celso Amorim, qualificou as declarações de Kirby de “absurdas”.
“Dizer que ‘papagueia’ a posição russa é totalmente absurdo. Temos vários pontos de convergência [com a Rússia], mas, em vários momentos, o Brasil condenou, no atual governo, a invasão da Ucrânia”, disse Amorim ao canal de notícias GloboNews.
Na Terça-feira (18), a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que o Brasil está errado ao argumentar que os EUA estão encorajando a guerra na Ucrânia e que o tom do país não é de neutralidade. Ela rejeitou os comentários de Lula, que acusou Washington e a União Europeia de prolongarem o conflito ao fornecerem armas aos ucranianos.
O presidente Lula, desde sua posse, diz que se concentrará consistentemente em “trazer o Brasil de volta ao cenário mundial”, o que significa que o país buscará reconstruir os laços cortados ou danificados durante a presidência de Bolsonaro, e expandir suas relações internacionais em todo o mundo, promovendo uma nova dinâmica para diplomacia brasileira, assumindo posturas mais ativas.
No início de seu mandato, o presidente fez viagens para outros países da América Latina em ordem de concretizar a retomada da integração sul-americana, a partir pelo Mercosul, revitalizar a UNASUL e demais instâncias de articulação soberana da região. Reconstruir o ‘diálogo altivo e ativo’ com os Estados Unidos, a União Europeia, a China, os países do Oriente e outros atores globais, fortalecendo os BRICS e a cooperação com os países da África.
O movimento de restabelecer laços diplomáticos com outros países dos BRICS, principalmente China e Rússia, e a defesa perante a comunidade internacional para criar um grupo de países neutros em relação à guerra para negociar a paz entre Rússia e Ucrânia, levou os Estados Unidos e a União Europeia a ficarem preocupados com a posição de Lula, o que mostra que o Brasil está tentando se desgarrar dos EUA. O que Lula está fazendo na política externa é acertado e muito positivo. O Brasil deve se aliar com a China e a Rússia para acabar com a submissão aos EUA. O País tem que deixar de ser um escravo dos interesses do imperialismo. É isso que está sendo feito, por isso os lacaios dos EUA estão reverberando essa campanha contra Lula.