O cenário internacional contemporâneo, caracterizado pelo fenômeno da globalização, apresenta duas tendências paralelas no que tange às negociações comerciais: por um lado, a regionalista, que tende à formação de blocos econômicos, e por outro, a multilateralista, que prefere levar a cabo essas negociações em âmbito mais amplo e se expressa, sobretudo, no foro da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Ambas as tendências despontam como resultado de certas condições que vieram a prevalecer no mundo a partir de meados do século XX. Algumas delas são condições de natureza política, e outras tecnológicas. Entre as primeiras, o fim da Guerra Fria e a queda da chamada “Cortina de Ferro” constituem as principais. O mundo, antes dividido em blocos antagônicos, passa a ser percebido e a funcionar como um todo. Com o consenso prevalecendo entre as superpotências, as relações internacionais fazem das trocas e dos investimentos o seu grande objetivo. Consequentemente, intensificam-se de forma exponencial os fluxos do comércio no mundo.
Historicamente tivemos um movimento que após a Segunda Guerra mundial, e inspirado em teorias de teóricos como o abade de Saint-Pierre (1658-1743), Immanuel Kant (1724-1804) e Victor Hugo (1802-1885), o chamado Movimento Federalista Europeu após o final da I Guerra Mundial, porém, os federalistas do século XX são impulsionados pelos horrores sofridos pelo continente europeu por força das duas guerras mundiais que o assolaram no intervalo de apenas 25 anos. Vários políticos posicionam-se a favor da criação dos “Estados Unidos da Europa”, postura fortalecida pelo apoio dos Estados Unidos e pela pressão das crescentes ameaças de Moscou. Foi o temor de uma terceira guerra mundial, decorrente do expansionismo soviético, que levou Winston Churchill a proferir memorável discurso em Zurique, em 1946, quando apresenta o projeto de “Recriar a família europeia em uma estrutura regional tal que venha a chamar-se Estados Unidos da Europa.
O mundo europeu e estadunidense vem exercendo duas funções: parceiros e inimigos, na alternância do poder geopolítico; transformando a maioria dos habitantes do planeta em servos, escravos e trabalhadores, na esteira de uma eterna luta de classes sangrenta…
“Estamos perdendo o Brasil para a China”, tal declaração do ex-presidente e empresário Donald Trump, vai muito além de uma simples oratória.
E eu digo que a “soberania precisa ser entranhada na alma popular, a alforria de cada brasileiro precisa chegar”, o presidente Lula, declarou na China, em sua recente visita, que a soberania precisa ser respeitada, independente da opinião dos Estados Unidos ou demais países. A soberania em tudo é importante, e infelizmente estando ela dissociada da sociabilidade, que é anterior à instituição do Estado: tornar-se-á utópica. Vide o que ocorre com a defasagem dos salários de professores do Estado do Rio de Janeiro; que torna cada indivíduo pertencente a esta malha, apenas um serviçal/capacho de um sistema que coloca a educação a serviço da desigualdade.
Sim, a hora é chegada, a antiga volúpia imperialista que divide e sitia o mundo por decênios, sob a insígnia de um destino manifesto, na verdade impõem sua história através de um big stick. Tio Sam insiste em continuar mirando-se no espelho de Narciso, e isso poderá fadá-lo ao mesmo final do mito grego: morrer de sede e de fome.
Nós, brasileiros não queremos um destino manifesto como justificativa para crescer, não queremos expandir território, nem tampouco espoliar os vizinhos mundiais, mas com certeza queremos, como integrantes dos BRICS: nos tornarmos independentes como nação, com isonomia, paridade, igualdade e fraternidade.