No último dia 12 de abril o PSTU publicou, em seu sítio na internet um editorial onde procura analisar os atentados nas escolas. “Atentados contra escolas: por que acontecem? O que podemos fazer?” é o título da matéria.
O artigo do PSTU, embora tente fugir da ideia divulgada pela direita de que a solução para a violência é colocar policiais nas escolas, é policialesco:
“vários políticos, em maioria ligados a essa ultradireita bolsonarista defendem o aumento da violência do Estado e o policiamento das escolas.
“Mas não existe nenhuma comprovação científica de que colocar policiais armados em escolas resolva a questão, ao contrário, pode acabar gerando problemas colaterais.”
Para o PSTU, portanto, o aumento do policiamento e da repressão não resolvem o problema, mas pode agravar. Bom, não é bem assim, porque logo abaixo, o artigo afirma que:
“exigir investigação, prisão e punição exemplar dos envolvidos em ameaças na web” e “Investimento em polícia investigativa: ao invés de policiar as escolas, é necessário apostar em investigação, através de grupos da Polícia Civil específicos para esse fim. A maioria dos casos pode ser desmantelada antes que aconteça. Assim como criar canais de denúncia anônima e combate às fake news.”
A solução, segundo o PSTU não é polícia, mas é polícia. O que é mais problemático para o povo, um policial na porta de uma escola ou o fortalecimento do aparato geral de repressão estatal? Embora as duas coisas sejam ruins, o segundo caso é muito pior.
PSTU não quer um policial nas escolas, mas quer prisão e punição exemplar para pessoas que falarem alguma coisa na internet.
Com o pretexto da violência nas escolas, o PSTU quer que o Estado burguês desenvolva os métodos de repressão contra o povo. Que seja montado um aparato que permita censurar as redes sociais para punir quem faz “ameaças na internet”.
O PSTU embarca na histeria promovida pela burguesia, levada adiante pela Rede Globo, para justificar o aumento de leis repressivas. A diferença da proposta do PSTU, que se diz um partido socialista, para a Globo é quase nenhuma. Os dois querem repressão, leis e censura, inteligência policial.
A crença do PSTU no Estado burguês é tão grande que ele acredita também que a repressão pode ser solução. Que se aumentarmos o poder repressivo, de inteligência, investigativo da polícia ela realmente servirá os interesses do povo.
Sem que haja uma melhoria no ambiente escolar, uma garantia de atendimento médico psicológico para os alunos e professores, diminuição do número de alunos por sala. É preciso que os estudantes possam se organizar no movimento estudantil e que os professores tenham liberdade de se organizar nos sindicatos. Não há saída mágica, pois o problema essencial é a sociedade totalmente caótica, mas a solução deve ser encontrada na melhoria social e na política correta, não na repressão.