O maior ídolo do São Paulo Futebol Clube, Rogério Ceni, atual treinador do tricolor paulista, está balançando no cargo após uma série de péssimos resultados. O clube da capital paulista foi eliminado pelo Água Santa, vice-campeão estadual, nas quartas-de-final do Campeonato Paulista, empatou na Copa do Brasil com o Ituano e perdeu na estreia do Campeonato Brasileiro contra o Botafogo.
No ano passado, o São Paulo de Ceni ficou na nona posição, foi eliminado nas semifinais da Copa do Brasil para o campeão Flamengo e perdeu na final da Sul-Americana contra o Independiente del Valle, campeão da Recopa em 2023.
Fato é que a campanha do time liderado por Ceni não é boa, mas o ex-goleiro, tricampeão brasileiro e campeão mundial pelo tricolor paulista, não é o grande culpado pela situação do São Paulo. Aliás, nem mesmo os reforços que ele pediu foram contratados pela diretoria.
É preciso lembrar que o clube vive uma crise há mais de uma década. Até o título conquistado suadamente em 2021, o tricolor estava há 16 anos sem ganhar o estadual e há oito anos sem ganhar nenhum tipo de título desde a Sul-Americana de 2012.
Diretoria vai, diretoria vem, nada mudou efetivamente no clube tricolor, que ano após ano realiza campanhas medíocres. Um dos principais exemplos da calamidade em que vive o clube é a base em Cotia, que já foi uma das melhores do país e foi totalmente abandonada. Por isso, os jornalistas são-paulinos Arnaldo Ribeiro e Tironi destacaram em transmissão após a derrota para o Botafogo que “a base secou”.
O atual presidente do SPFC, Júlio Casares, que faz parte do mesmo grupo que dirige o clube desde o início deste século, é o grande culpado pela situação do clube. No entanto, Casares se aproveita dos ídolos Ceni e Muricy Ramalho, atual coordenador de futebol do clube, para se blindar das críticas. Enquanto o SPFC pena para jogar contra times fracos, parte da torcida fica receosa em criticar o trabalho realizado pelo goleiro e o treinador do tricampeonato brasileiro (2006, 2007 e 2008).
No entanto, o São Paulo sofre com os mesmos problemas de diversos outros gigantes nacionais: finanças deficitárias e cartolas despreocupados com o clube. Discute-se já a possibilidade do SPFC se tornar uma SAF, o que seria um profundo ataque ao futebol brasileiro, mas principalmente aos torcedores do tricolor paulista que perderiam seu principal patrimônio.
Casares é um exemplo de como os cartolas nacionais pavimentam o caminho para a dominação do futebol nacional pelos grandes monopólios capitalistas. Os torcedores, únicos realmente preocupados com situação de seus clubes, precisam se organizar e assumir o controle dos clubes.