Na última semana, o senador americano Tom Cotton, do partido republicano, declarou abertamente que devido à fraqueza política de Biden, países como Brasil, Emirados Árabes Unidos e outros, estão iniciando e fortalecendo uma aliança com a China, em um afastamento claro da posição subalterna que tinha com os Estados Unidos, o imperialismo da América. O senador Cotton respondeu a relatórios recentes do jornalista conservador da Fox News, Sean Hannity, que considera perigosa a crescente influência da China em escala mundial. Hannity, chama o “eixo do mal” a aliança entre China, Rússia e Irã. Em uma entrevista com o jornalista, Cotton falou: “Concordo com você que o eixo do mal cada vez mais centrado em Pequim, e como você expôs, está emergindo… Está surgindo em grande parte por causa da fraqueza do presidente Joe Biden e sua tendência de culpar primeiro a América e nossos aliados”.
O presidente Lula criou uma crise dentro da América Latina, trouxe pontos essenciais na discussão política internacional, colocando a posição do Brasil como soberana, muito contrário às políticas neoliberais. Cotton adicionou na sua fala: “Ele [Lula] é meio típico de muitos líderes de esquerda que chegaram ao poder nos últimos anos na América Latina. Joe Biden não diz uma palavra negativa sobre eles na América Latina”, em uma posição política de enfrentamento com o partido democrata e Joe Biden.
Contudo, cabe ver que Joe Biden não se posiciona contrariamente por se ver em meio a uma crise de enfraquecimento do próprio imperialismo. Os democratas gastaram bilhões na guerra da Ucrânia, sem sucesso, e agora se colocam na defensiva. É também esclarecedor que esta política de oposição à China, não é uma política apens do partido republicano, mas também dos democratas e do imperialismo, uma vez que precisa destruir a concorrência, sem a qual a sua própria dominação se vê ameaçada.
Devemos, se for assim, defender a participação do Brasil no chamado “eixo do mal”. A posição de Lula é soberana, não deve se dobrar ao imperialismo que, com isso, corre para nos demonizar. Qualquer país que se opuser à dominação dos Estados Unidos será colocado em algum tipo facção maligna. Vimos isso acontecer com a Coreia do Norte, Venezuela, Nicarágua etc.
Lula, como era de se esperar, não age como um líder revolucionário, mas defende uma política nacionalista de um país atrasado e explorado pelo imperialismo. Ao se colocar nessa defesa, se confronta imediatamente com o domínio econômico, e cria um “inimigo”, abre espaço para a discussão da soberania de um país atrasado. Se país quiser se tornar independente e crescer, vai ter que enfrentar o grande capital.
É curioso que aqueles que mais provocam guerras, fome e miséria pelo planeta, sejam os mesmos que decidam quem pertencem ou não a um certo “eixo do mal”. Claor que não fazem isso sem o auxílio da grande imprensa capitalista, sempre pronta a atacar, a chamar de ditaduras, a quem contrariar o imperialismo.