Como parte da campanha contra a possível venda da Avibras para grupos estrangeiros e pela estatização da empresa, o Sindicato instalou, nesta semana, outdoors nas regiões sul e leste de São José dos Campos e em Jacareí.
Os painéis chamam atenção da população e do poder público para a grave situação enfrentada pelos metalúrgicos da fábrica, que não paga salários há seis meses, está em recuperação judicial e negocia a venda de suas instalações e tecnologia para conglomerados da Alemanha ou dos Emirados Árabes.
Nos outdoors, o Sindicato também reforça a necessidade de estatizar a Avibras, deixando a empresa sob o controle dos trabalhadores, que dominam todos os processos da fabricação de produtos bélicos da maior empresa do setor de Defesa na América Latina.
Dessa maneira, a entidade amplia o debate com a sociedade e cobra, principalmente do governo Lula (PT), medidas emergenciais em defesa dos empregos, direitos e da soberania do país.
“Estatizar a fábrica, além de viável, é necessário. Como estatal, a Avibras e toda a tecnologia de ponta acumulada pelos trabalhadores em mais de 60 anos permanecem em poder dos brasileiros. Não podemos perder mais uma indústria fundamental para a manutenção da soberania do país no setor de Defesa, como ocorreu com a Engesa na década de 1990”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.
A Avibras tem cerca de 1.400 trabalhadores e produz mísseis, lançadores de foguetes, veículos blindados, bombas inteligentes, sistemas de comunicação por satélite e Veículos Aéreos Não Tripulados. Os operários da fábrica seguem em greve desde setembro, contra a falta de pagamento.
Após o envio de carta do Sindicato ao Ministério da Defesa, foi agendada uma reunião com dirigentes da entidade, em Brasília. O encontro está marcado para o dia 9 de maio, no ministério.
O Sindicato também enviou pedidos de reunião ao presidente Lula, ao Ministério do Desenvolvimento e ao Comando do Exército Brasileiro. A entidade também cobra apoio das prefeituras da região aos trabalhadores.