Após ataque ocorrido em Blumenau, Santa Catarina, onde um cidadão pulou o muro de uma escola atacando várias crianças entre 4 e 7 anos, matando quatro delas e ferindo outras quatro, a imprensa golpista, e a esquerda pequeno burguesa, entraram em uma histeria sem tamanho. Estão dispostos inclusive a chamar os Estados Unidos para vigiar as redes sociais da população brasileira, com a desculpa de tentar evitar novos crimes como este.
A loucura por punição vai desde colocar polícia nas escolas, passando por pena de morte e até mesmo chamar os americanos para “nos salvar”. Nenhuma das soluções propostas pela direita criminosa – que leva a reboque toda a esquerda bem-pensante – tem um mínimo de base na realidade. São todas medidas autoritárias, reacionárias e que, no final das contas, nada irão fazer para solucionar o problema. O caso de colocar as redes sociais de cidadãos brasileiros nas mãos dos americanos é o mais bizarro de todos.
Polícia nas Escolas
É como colocar raposas para cuidar de um galinheiro. Estamos falando da polícia mais assassina do mundo, uma verdadeira máquina de guerra composta por pessoas de extrema-direita que ataca diariamente a classe trabalhadora, especialmente a juventude negra, incluindo crianças de várias idades. Segundo os dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foram 6.416 pessoas assassinadas por agentes dessa instituição em 2020. Em fevereiro, o Estado de São Paulo registrou um aumento de mortes de 29% causadas por policiais civis e militares em comparação com o ano passado.
Entre 2017 e 2019, policiais mataram ao menos 2.215 crianças e adolescentes no Brasil. É importante colocar em questão que a metade dos homicídios feitos por policiais não tem registro de idade. Em 2020, 140 crianças e adolescentes de 10 a 19 anos foram vítimas de mortes decorrentes de intervenção policial, representando 44% do total de 315 assassinatos nessa faixa etária. Ou seja, mais da metade dos crimes cometidos por esta instituição estão sem solução ou faltam informações para conclusão.
Pena de morte
Pena de morte não deveria ser pauta da esquerda, muito pelo contrário, essa medida, como princípio, deve ser repudiada por todos. O Estado não pode ter o direito, por meio de juízes como a gente conhece – burgueses e direitistas -, de decidir quem deve ou não viver. Se a pena de morte é um instrumento da violência estatal – será, portanto, um recurso das classes dominantes contra as oprimidas. Por outro lado, a pena de morte já está institucionalizada no país de forma velada e com aval do Estado burguês. A polícia, nas periferias e bairros pobres decide quem vive e quem morre, o policial mesmo julga e aplica a sentença.
Nos EUA existe a pena de morte e nem por isso diminuíram os crimes e invasões em escolas são frequentes. Nesta segunda-feira, por exemplo, um homem abriu fogo em um banco em Louisville, no Kentucky. Seis pessoas morreram, incluindo o atirador, de acordo com a polícia da cidade, e mais oito ficaram feridas.
Tutela americana nas redes sociais do cidadão brasileiro
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e o serviço de segurança diplomática dos Estados Unidos se reuniram para somar forças às apurações. Segundo o Grupo de Investigação de Crimes Cibernéticos (CyberGaeco) do MPSC, o Consulado Americano informou que vai viabilizar o contato dos investigadores com plataformas digitais sediadas nos Estados Unidos. A princípio se trata de uma verdadeira violação aberta da soberania nacional e do direito de privacidade de todo cidadão brasileiro.
A interferência norte-americana demonstra que o MP é completamente controlado pelos EUA. Além de servir para concretizar a política de total vigilância e repressão estatal sobre as escolas, os alunos e professores. Essa parceria é justamente para ampliar a política de vigilância e censura sobre as redes sociais. E a interferência do serviço de segurança diplomática demonstra que é uma política do imperialismo, perigosíssima, que pode e vai se voltar inclusive contra o governo ou qualquer cidadão, a qualquer minuto.