As torcidas organizadas do Botafogo saíram em protesto, em uma nota de repúdio, publicada em suas redes sociais, contra os atuais preços dos ingressos a serem cobrados na primeira partida a ser realizada do Campeonato Brasileiro dos cidadãos e torcedores do time carioca. As agremiações alvinegras também pediram pela saída de Luís Castro (o atual técnico português do clube), cobraram John Textor (atual dono da SAF do time) e organizaram um protesto para sábado (dia 15/04).
Com valores e preços de ingressos que chegam até a 200 reais em jogo contra o São Paulo, no estádio Nilton Santos, o torcedor comum, ou seja, o trabalhador que vê nesse esporte a única forma de entretenimento da semana, fica impossibilitado de ir até ao estádio torcer ao vivo para sua equipe de coração. Um método que começou a ser implementado há mais ou menos 10 anos, quando os clubes passaram a ter investimentos para a construção de suas “Arenas”, ou seja estádio multi-função, cuja principal atração deixaria de ser o futebol ou outro esporte em si, mas passou a serem eventos, principalmente shows de bandas gringas. Isso alavancou propagandisticamente a imagem de alguns clubes e rebaixou a de outros (hoje vemos que o conceito de “Clube Moderno” é o mesmo de “Clube com uma Arena”).
Não parou somente ai. Os clubes passaram por um processo de “gourmetização” maior, quando foi posto que as SAF’s estavam a serem empregadas por grande parte dos times brasileiros, transformando as equipes em “empresas”, desvirtuando totalmente o conceito de Clube e/ou Agremiação, por exmplo.
Por fim, um fator bem recente, e que, de certa forma, “afasta” mais ainda os torcedores de seus times do coração, seja agora o atual fato de muito dos principais times brasileiros mal têm aparecido na TV aberta.
Além disso tudo, as torcidas são afastadas conforme foi exemplificado com a questão dos ingressos caros. É uma grande campanha, velada, por debaixo do tapete, para afastar os brasileiros trabalhadores e pobres dos campos de futebol e da própria cultura futebolistica (tão nossa, tão brasileira, arraigada em nossa gente), cultura essa que nos alavancou ao longo do século passado e até o presente momento, como a maior potência desse esporte. Querem limar tudo isso, com a desculpa que o esporte evolui e que o futebol hoje é diferente, precisa estar associado ao Marketing, e ao “mercado” de forma geral, de conjunto isso tudo está matando nosso futebol brasileiro, e também mundial, mas principalmente o nosso, e não somente dentro das quatro linhas, mas também fora dela.
Leia abaixo a nota das torcidas do alvinegro:
“A Associação das Torcidas Organizadas do Botafogo repudia veementemente o reajuste dos valores dos ingressos no Estádio Nilton Santos. Sabemos da importância das fontes de receitas para a SAF e do processo de profissionalização e restruturação do clube, porém os administradores parecem estar cada dia mais distantes do maior patrimônio do clube: a torcida. Aproveitamos a oportunidade, para convocar toda a torcida para um grande protesto no próximo sábado (15), às 15h, no Niltão. Mesmo dia da partida entre Botafogo x São Paulo, válida pela primeira rodada do Brasileirão. NENHUMA TORCIDA ORGANIZADA DO CLUBE ENTRARÁ NO ESTÁDIO.
Nós não chegamos ano passado e, apesar da falta de respeito e diálogo, a festa vai continuar!
Não ao futebol moderno, viva o esporte do POVO! Fora, Luís Castro!
Cadê o CEO?!
Aparece, John Textor!”.