No último sábado (8), foi encontrado o corpo do camponês Magno de Jesus após três dias de buscas.
Magno de Jesus Leite Costa era uma liderança da sua comunidade e havia saído a cavalo para pastorear e não retornou. Os camponeses saíram para procurá-lo e encontraram o cavalo de Magno já morto. O corpo de Magno de Jesus só foi encontrado três dias depois na área dos campos alagados de Arari, município localizado a cerca de 170 km de São Luís.
Magno de Jesus tinha 46 anos e era uma liderança na comunidade onde morava, Flexeiras, localizada em Arari/MA, e também era militante dos Fóruns e redes de Cidadania.
A imprensa local aventa que a principal suspeita é de que Magno de Jesus tenha se afogado, já que a região onde ele foi encontrado fica próxima ao litoral e estava bastante alagada por causa das chuvas. O corpo dele foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de São Luís, para a confirmação da causa da morte.
O Fórum e Redes de Defesa da Cidadania fez a denúncia no dia do desaparecimento, pontuando a necessidade de encontrar o camponês, devido ao fato de a região ser de intenso conflito por terra e que nos últimos anos foram assassinadas várias lideranças sociais. Outro ponto foi a exigência de que o governo estadual empreendesse esforços no intuito de achar Magno, disponibilizando equipe policial e bombeiros. No entanto, o governador Carlos Orleans Brandão Júnior (PSB), não tomou nenhuma medida, foi totalmente omisso, não enviando para a região bombeiros militares e equipes da polícia para acompanhar o caso.
Os próprios camponeses de forma organizada fizeram as buscas até encontrar o corpo de Magno de Jesus, e o entregaram aos familiares para os devidos procedimentos.
Esse episódio é mais um na longa lista de ações da burguesia contra os camponeses, indígenas, movimentos de moradia e por terra. O latifúndio não arrefeceu após as eleições em que o Presidente Lula saiu vitorioso. A diferença de votação entre Bolsonaro e Lula foi muito pequena, e isso faz com que a burguesia desde então continue seus ataques contra a população. Os latifundiários, grileiros, têm do seu lado os governos golpistas, as suas milícias estão cada vez mais atacando duramente numa ofensiva contra as ocupações de terra e a luta por direitos.
A única forma de resistência é o povo organizado. Não adianta esperar que os governos que desde sempre estiveram ao lado da burguesia façam alguma coisa para o povo que vem pagando com sua vida a riqueza que empapuça a burguesia.
O armamento da população é imprescindível para travar essa luta, do contrário o povo continuará pagando com suas vidas.