Os trabalhadores bancários sabem muito bem quanto é difícil sobreviver com os salários de fome que os banqueiros pagam. A cada dia os patrões inventam novas fórmulas de explorar a categoria através do arrocho salarial, demissões, descomissionamentos, etc.
Como se isso não bastasse, as condições de trabalho nos bancos são cada vez piores: o horário de trabalho dos bancários não são respeitados, uma vez que os banqueiros adotaram a política de demissão em massa; aumentou, sobremaneira, a sobrecarga de trabalho, principalmente nas agências bancárias e, consequentemente, o aumento do número de horas trabalhadas, sem que as mesmas sejam pagas, que são transformadas em folgas, muitas das vezes não usufruídas pelos trabalhadores, já que as folgas devem ser utilizadas no prazo de um ano e os funcionários ficam a mercê dos chefes de plantão e se recusam a abonar os dias preteridos pelos funcionários, com a justificativa de falta de pessoal.
Uma outra face da política de demissão dos bancários diz respeito às terceirizações. Sistematicamente os banqueiros vêm ampliando a terceirização de todos os serviços bancários. Com o golpe de Estado de 2016 e a deposição da presidenta Dilma Rousseff, o vampiro golpista, Michel Temer, implementou uma série de “reformas”, que visava aprofundar os ataques aos direitos dos trabalhadores e, uma delas foi a lei da terceirização, aprovado no também reacionário Congresso Nacional. A lei determinou a possibilidade de terceirização em todos os setores das empresas, tanto na atividade meio, quanto na atividade fim. Com isso abriu novas possibilidades de promover uma redução nos gastos dos bancos.
A contratação de terceirizados para realizar os serviços bancários é um duro golpe na categoria cujo objetivo é a redução de despesas, aumento do lucro e enfraquecimento das conquistas trabalhistas ao longo de décadas de lutas dos trabalhadores.
Nesse sentido, a categoria bancária, conjuntamente com as demais categoria de trabalhadores, deve começar uma campanha em defesa de um plebiscito revogatório, ou seja, de uma medida de conjunto para atacar esta situação, uma medida democrática. Nele, deve ser feito um chamamento a votar em todas as reformas feitas durante os governos Temer e Bolsonaro: isto é, votar na revogação da reforma trabalhista, da reforma da previdência, da PEC do Teto de Gastos, do Banco Central independente, na privatização da Eletrobrás, na lei das estatais, da lei da terceirização e na questão da dívida pública, por exemplo.
É preciso organizar na categoria bancária, em todos os locais de trabalho, sobre esse tema. As entidades de luta dos trabalhadores bancários devem fazer uma grande agitação política no sentido de mobilizar as suas bases para barrar a ofensiva reacionária dos patrões que, a cada dia tentam aprofundar os seus ataques aos direitos e conquistas da classe trabalhadora.