O ex-presidente do Equador Lenín Moreno (2017-2021) assegurou nesta 3ª feira que está avaliando a possibilidade de pedir asilo no Paraguai depois que um juiz ordenou que ele se apresentasse periodicamente enquanto tramita o processo. No Paraguai, onde é comissário da Organização dos Estados Americanos (OEA) para Assuntos da Deficiência, Moreno alegou em entrevista à Ecuavisa as dificuldades e o risco médico de viajar ao Equador a cada duas semanas para se apresentar, segundo o juiz ordenado. Questionado sobre a possibilidade de pedir asilo, o ex-presidente indicou que está consultando o seu advogado e lembrou que por diversas vezes teve de ser internado por hemorragia interna decorrente de movimentos involuntários, algo que pode ocorrer durante uma viagem de avião. O ex-presidente destacou que a comparência periódica expedida pelo juiz Adrián Rojas, da Corte Nacional de Justiça do Equador, é mais humana do que o pedido do Ministério Público, que exigia prisão domiciliar.
A procuradora-geral da República do Equador, Diana Salazar, apontou durante a formulação da acusação que é conveniente que os 37 arguidos no processo vão para prisão preventiva, mas a Constituição equatoriana impede-a para maiores de 65 anos, como é o caso de Moreno.
O Ministério Público do país acusa o ex-presidente de ter supostamente beneficiado a família de supostas propinas pagas pela estatal chinesa Sinohydro para a construção da hidrelétrica Coca Codo Sinclair, a maior do país. O caso Sinohydro estourou em 2019, quando o portal jornalístico La Fuente publicou uma investigação envolvendo um dos irmãos de Moreno com supostas contas em paraísos fiscais e uma luxuosa propriedade em Alicante (Espanha), em uma aparente triangulação de uma empresa opaca.
Nessa reportagem jornalística, foi revelada uma série de ligações e supostas irregularidades que vinculavam Moreno à empresa “offshore” INA Investment, o que levou a uma investigação inicial do Ministério Público sobre supostos subornos recebidos quando ocupou a Vice-Presidência do Equador, durante o mandato presidencial por Rafael Correa (2007-2017).
O ex-presidente negou categoricamente essa denúncia e sugeriu que se deve a uma estratégia política de Correa, seu principal detrator, que mora na Bélgica e foi condenado em 2020 pela Justiça equatoriana por suborno em outro caso de corrupção.
Ele também negou ter algo a ver com a habitação em Alicante, bem como com os mecanismos com os quais a construção da hidrelétrica foi financiada.
Segundo Wikipedia, Lenín Moreno Garcés Boltaire (1953-) foi presidente do Equador entre 2017 a 2021. Foi vice-presidente da gestão do Rafael Correa (2007-2017) entre 2007 a 2013, chegando ao poder com o apoio do mesmo, adotando um discurso de continuidade. Mas rompeu a ideologia política do Rafael Correa, investindo nas reformas neoliberais, que provocou imensos protestos em todo país. Inicialmente, no seu governo tinha 66% de aprovação, e no final caiu para 7%. Com o término do mandato, foi expulso do partido, Alianza PAIS (Aliança Pátria Altiva e Soberana), mudando para EUA. Em seguida, foi indicado para servir como Comissário da OEA (Organização dos Estados Americanos), e mudou para Paraguai.
Lenín Moreno é cadeirante. Ele perdeu a mobilidade de ambas as pernas quando foi vítima de disparo de criminosos que queriam roubar seu veículo, em 1998.
Rafael Correa, quando presidente do Equador, conseguiu diminuir a pobreza durante o seu mandato. Em 2020, durante o mandato de Lenín Moreno, seu ex-vice-presidente, foi acusado de corrupção e atualmente vive exilado em Bélgica. Correa nega as acusações, descrevendo o caso como sendo perseguição por opositores.
Ao comparar o status após deixar o cargo, podemos ver quem é subordinado ao imperialismo: um foi indicado para trabalhar o OEA (Organização de Estados Americanos), mesmo tendo vários escândalos sobre corrupção; e outro foi condenado de forma fulminante por corrupção.
Atual presidente do Equador é Guillermo Lasso, ex-banqueiro. Ele concorreu contra Andrés Arauz, aliado do Rafael Correa em 2021.