Após o ataque cruel acontecido em Blumenau (SC) no dia 04 de abril, Flávio Dino, ministro da Justiça, aproveitou para ampliar a censura no País. Segundo Dino, a regulação da internet e das redes sociais poderia evitar ataques em escolas como o caso da creche, que resultou em quatro crianças mortas. O ministro se pronunciou: “É que uma internet desregulada, como hoje o Brasil ainda mantém, desalinhada com as melhores práticas internacionais, a exemplo da União Europeia, acaba gerando que essa violência se sustente”.
Flávio Dino parece não saber, ou finge, que essa regulamentação europeia é criticada por diversos movimentos e ativistas internacionais. É uma censura e nada resolve um ataque a crianças de uma creche. Flávio Dino ainda vai mais longe quando coloca: “Todas aquelas todas as empresas big tech, a deep web, todas essas formas devem ter algum tipo de regulação, fiscalização e controle. Isso é fundamental. E isso não é violação da liberdade de expressão”.
A deep web nada mais é que um sistema de três criptografias criada pelo próprio governo americano e atualmente utilizada gratuitamente e no mundo todo via protocolo TOR. Primeiro, que é praticamente impossível regulamentar um protocolo deste tipo, visto que são servidores criptografados ao longo do mundo, ou seja, Dino pretende controlar algo que nem a agência americana de inteligência conseguiu. Segundo, como advogado, deveria saber que um dos direitos de qualquer pessoa é o anonimato. O que Flávio Dino faz aqui é propor um regime de censura jamais visto no mundo.
Também se encontra na câmara um projeto de Lei proposto por Orlando Dias do PCdoB, chamado Lei das Fake News. O projeto de lei além de longo, faz com que qualquer pessoa possa se enquadrar no artigo. Por exemplo, um dos pontos bizarros é: “as empresas podem ser responsabilizadas civilmente pelos possíveis danos causados pelos crimes que ela deveria cuidar para não serem praticados ou incitados”. O que pode acontecer na verdade, é que as empresas, nestes caso youtube, Rumble e outros, para não sofrerem qualquer penalidade irão censurar boa parte do conteúdo da internet. Poderíamos citar outros pontos esdrúxulos do texto, que mais do que nada, provariam além do aumento da censura a própria inaplicabilidade prática da lei em si.
O que Flávio Dino e Orlando Dias ignoram é o fator social que estão envolvidos, e então apelam para a repressão policial – pois crimes da internet acabam caindo na Polícia Federal. Se fossem minimamente de esquerda, estes elementos entenderiam o mundo no qual vivemos e o materialismo histórico, Assim poderiam compreender que a própria liberdade é a saída do problema. Casos como os de Blumenau, são de fato um produto da própria repressão e ódio criada pelo sistema capitalista. Querer adotar medidas ainda mais repressivas criará ainda mais uma antítese, que pela natureza da dialética, representará ainda mais ódio.
Flávio Dino, ao tentar aumentar a repressão, o que faz é servir como um alicerce para a burguesia decadente. Mostra-se incapaz de resolver qualquer mínimo problema e o entendimento sobre casos extremos como este de Blumenau é rasteiro: censura e repressão. Faz o que qualquer direitista faria, reprimir e censurar em nome da paz. Propõe medidas inatingíveis, típicas de um palanque eleitoral. Flávio Dino é um direitista infiltrado, um político oportunista, cabe a Lula removê-lo, ou será golpeado pelo próprio ministro.