Dia após dia, a crise norte-americana e, por consequência, do imperialismo de conjunto, se aprofunda. A investida do governo Biden contra o ex-presidente Donald Trump se mostra cada vez mais fracassada e aumenta a tensão política no país. Trump compareceu ao Tribunal Criminal de Manhattan, na cidade de Nova York, para depor em um processo criminal em que é acusado de subornar a atriz pornô Stormy Daniels, que dizia ter um caso com ele. O caso teria se dado durante a campanha eleitoral de 2016.
Conforme a imprensa, são mais de 30 acusações contra Trump, todas relacionadas ao suborno à atriz pornô. Caso fosse condenado, o ex-presidente poderia pegar até 100 anos de prisão. No entanto, não foi o que aconteceu, muito pelo contrário. Após ficar duas horas no tribunal, em nenhum momento foi algemado. Do lado de fora, apoiadores e pessoas contrárias ao ex-presidente se manifestaram. Trump, se declara inocente e como não se trata de um crime violento, foi liberado e a próxima audiência está marcada para dezembro.
A situação mostra o momento de crise que vive o imperialismo. É a primeira vez na história em que um ex-presidente norte-americano se torna réu criminal. É mais do que óbvio que estamos diante de uma manobra política para retirar do pleito eleitoral do ano que vem o favorito a vencer as eleições. O caso é muito parecido com o que aconteceu no Brasil, em 2018, para que Lula não concorresse ao cargo de presidente da República. Porém, agora o imperialismo resolveu recuar. Por isso, Trump saiu como um mártir e um verdadeiro combatente contra as injustiças aos olhos de seus apoiadores.
Ao contrário do atual presidente brasileiro, Trump não é um metalúrgico de esquerda com amplo apoio popular, mas tem em suas mãos uma grande quantidade de apoiadores de extrema-direita e um setor forte da burguesia americana. Com o recuo do imperialismo, Donald Trump se fortalece, e sai por cima da tentativa de tirá-lo da corrida eleitoral. Se o prenderem a crise pode acelerar, se o mantiverem solto a crise continua em um ambiente menos polarizado, provavelmente. E, claro, a burguesia norte-americana ligada ao partido Democrata percebeu o risco de se colocar na prisão o ex-presidente.
É certo que a imprensa e o imperialismo continuarão seus ataques a Trump para tentar tirá-lo da eleição do próximo ano, não apenas de forma legal, como também politicamente. Durante suas primeiras denúncias de que estava sendo perseguido e que podia ir para a cadeia, o ex-mandatário recebeu em doações aproximadamente oito milhões de dólares, mostrando todo seu apoio junto às suas bases. A crise é gigantesca e a chance de escalada é ainda maior.
Por outro lado, temos uma campanha da esquerda pequeno-burguesa, e da imprensa imperialista, afirmando que Biden seria o mal menor, na disputa entre Democratas e Republicanos. Mas, analisando os governos anteriores, a realidade é outra. O democrata é ainda pior que o ex-presidente. Biden é um dos grandes responsáveis pela invasão ao Iraque, um país atrasado, e literalmente jogou a Ucrânia como bucha de canhão em uma guerra por procuração para tentar desestabilizar a Rússia.
Ao sair do julgamento com o punho cerrado, em uma imagem que viralizou nas redes sociais, Trump mostra que não está minimamente acuado pela perseguição, parece até confiante. Também fica claro que tem costas quentes e respaldo político. Se recusou a responder algumas perguntas da procuradoria, voltou a falar que se tratava de uma fraude.
Os democratas e os setores mais fortes do imperialismo terão que engolir, por enquanto, o desdém e a desfaçatez do ex-presidente.