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Cooperação

As relações da América Latina com a China

Os EUA até agora só fizeram rapina no continente e em todo o Sul. Os chineses, ao contrário, estão querendo desenvolvimento mútuo de todos.

É notória a tendência de aproximação da América do Sul e Caribe com a China. Alguns passos já foram dados e são significativos para fortalecer essa parceria, inclusive com a proposta de construção de novo canal ligando o Oceano Atlântico ao Pacífico pela Nicarágua, conforme foto acima.

O presidente Lula já deixou claro que retomará as relações “fraternas” com a China, que foram abandonadas pelos governos anteriores após o golpe de estado contra a presidenta Dilma. A intenção de Lula é aumentar os investimentos chineses no Brasil e as exportações brasileiras para a China. Diz que  “proporá clube de paz” à Ucrânia em sua visita à China, segundo nota do jornal Financial Times.

Sua viagem agendada para 26 a 31 de março tinha esse objetivo, mas não pode ser cumprida devido ao adoecimento do Lula. Embora a repercussão desse adiamento tenha causado impressão de que a promessa não seria cumprida, tanto pela oposição como em setores da esquerda, isso está se revelando ser falsa impressão.

Carlos Fávaro, ministro brasileiro da agricultura e pecuária, disse que após o retorno ao poder pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a “amizade fraterna” do passado entre a China e o Brasil deve voltar ao seu caminho certo. Mais cooperação e oportunidades pela frente, depois de algumas dificuldades nas relações diplomáticas nos últimos anos.

Ele disse ainda, segundo o jornal Global Times, que o país Sul-Americano dá as boas vindas a mais empresas chinesas como a COFCO Corporation para investimentos e introdução de tecnologias para aumentar o valor dos produtos agrícolas brasileiros com sustentabilidade. Falou em diálogo Brasil-China visando desenvolvimento sustentável para mais de 100 representantes de empresas, think tanks e universidades da China e do Brasil.

Wang Huiyao, presidente do CCG, disse que sentiu forte paixão de ambos os lados em cooperar um com o outro durante a reunião. Disse ainda que a chegada de delegação tão numerosa indica enorme potencial de cooperação entre os países, especialmente no pós-covid. Diz que observou que os representantes dos dois países estavam sempre ocupados em discussões e trocando contatos para possíveis oportunidades de cooperação durante a reunião em Pequim no Centro para a China e Globalização (CCG), em matéria do jornal Global Times.  

Tatiana Rosito, secretária de assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda destacou a importância do apoio financeiro à cooperação entre os dois países e pediu maior envolvimento de associações, think tanks, bancos de investimento e agentes financeiros.

Adriana Erthal Abdenur, assessora especial de relações internacionais da presidência do Brasil, mencionou a necessidade de cooperação em proteção ambiental e mudanças climáticas.

O complexo industrial da Ford em Camaçari,  abandonado e desativado em janeiro de 2021, durante o governo Bolsonaro, poderia ser assumido pela fabricante de carros elétricos chinesa. Quando a Ford decidiu ter sua sede na Argentina como seu único complexo industrial na América do Sul, fechou também as unidades nas cidades de Taubaté (SP) e em Horizonte (CE).

O Lula não pode comparecer, mas a delegação brasileira composta pelo Ministro da Agricultura e centenas de líderes do agronegócio e outros setores empresariais compareceram a Pequim e iniciaram as negociações sendo calorosamente recebidos.

As autoridades da China afirmam que o adiamento não afetará as comunicações e negociações já iniciadas ou que estão sobre a mesa. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China expressou compreensão e respeito pelo adiamento da viagem e disse que o lado brasileiro comunicou antecipadamente o ocorrido.  Enviaram lembranças calorosas e desejo de rápida recuperação ao Lula e manterão contato para o futuro agendamento da visita.

Tanto as autoridades do governo chines como o próprio Xi Jinping enviaram condolências ao Lula e reafirmaram aguardar nova data para o encontro. Isso também é outra prova de que Lula está empenhado na reaproximação com a China, contrariando os que querem impedir a aproximação de China e Brasil e aumentar a aproximação com os EUA.

Mas a retomada da confiança chinesa para investir no Brasil ainda depende de o lado brasileiro resistir às pressões internas e externas, remover obstáculos tangíveis e intangíveis e promover um ambiente de negócios amigável e confiável por meio de ajustes institucionais e do sistema, disse Pan Deng, diretor executivo do Centro Jurídico da Região da América Latina e Caribe da Universidade de Ciência Política e Direito da China. “O que importa é que o meio empresarial chinês sente confiança em fazer negócios com o Brasil”, disse Pan ao Global Times.

Outro exemplo do fortalecimento das relações da China com a América Latina é Honduras. Ela é o nono aliado diplomático que Taipei perdeu para Pequim desde que Tsai, pró-independência, assumiu o cargo pela primeira vez em maio de 2016.

Honduras estabeleceu relações diplomáticas com a China após romper relações com Taiwan que agora está mais isolada e mantém relações apenas com 13 países soberanos. O Ministério das Relações Exteriores da China saudou como “a escolha certa”, e que a política de “uma só China” está dando resultados e é a “tendência geral”.

O Ministério das Relações Exteriores de Honduras disse no Twitter que  seu governo reconhece “apenas uma China no Mundo” e que Pequim é o único governo que representa toda a China.

Taiwan ainda mantém laços com Belize, Paraguai e Guatemala na América Latina, e com a Cidade do Vaticano. A maioria de seus parceiros restantes são nações insulares no Caribe e no Pacífico Sul, junto com Essuatíni no sul da África.

O vice-ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Alexander Yui, disse anteriormente que o objetivo da viagem de Tsai é destacar a amizade da ilha com os dois países latino-americanos, Guatemala e Belize, e passará por Nova Iorque e Los Angeles.

Apesar da campanha de isolamento da China, Taiwan mantém fortes laços ‘informais’ com mais de 100 outros países, principalmente os Estados Unidos. Os EUA não têm relações diplomáticas com Taiwan, mas sustentam que Taipei é um parceiro importante no Indo-Pacífico.

O Ministério das Relações Exteriores da China, Qin Gang “informa severamente às autoridades de Taiwan que envolvimentos em atividades separatistas pela independência é contra a vontade e os interesses da nação chinesa e é contra a tendência da história e estará fadado a um beco sem saída.”

O Ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu, disse em entrevista que Taiwan rompeu relações com Honduras para “salvaguardar sua soberania e dignidade.”

A relação entre Honduras e Taiwan já durava mais de 80 anos, “o governo de Xiomara Castro rejeitou a assistência e as relações de longa data de nossa nação e realizou negociações para formar laços diplomáticos com a China. Nosso governo se sente aflito e arrependido” disse Joseph Wu, Ministro das Relações Exteriores de Taiwan. A presidente diz que “não se envolveria em  uma disputa sem sentido de diplomacia do dólar com a China”.

O analista político Graco Pérez, em Honduras, disse que a narrativa de Pequim destacaria os benefícios, incluindo investimento e criação de empregos, “mas tudo isso será ilusório”. E observou que outros países acordaram tais relações, mas “não foi o que foi oferecido.”

A aproximação com a China veio na forma da construção de uma hidroelétrica no centro de 

Honduras pela empresa SINOHYDRO no valor de cerca de 300 milhões de dólares financiados pelo governo da China.

Ainda temos as negociações com o governo da Argentina para a aquisição de aviões caças de combate J17 chineses. Por outro lado, Cuba recebe a doação de 100 milhões de dólares do governo chines para fazer frente ao aprofundamento da crise devido aos embargos dos EUA contra a ilha, mesmo durante a pandemia. Devido a esses embargos em 2011 a China havia perdoado uma dívida de 6 bilhões de dólares de Cuba, que enfrenta sérios problemas econômicos. 

O principal parceiro econômico de Cuba era a Venezuela, que com os embargos que sofre e a crise capitalista também está em sérias dificuldades. O imperialismo não tem dó nem piedade dos povos e faz de tudo para que fiquem na mais completa miséria, mas a China está disposta a cooperar e garantir o desenvolvimento de todos de forma igualitária. Por isso está financiando projetos em Cuba, nas áreas de laboratórios de biomedicina, comunicações e exploração de petróleo em águas superficiais. São trocas equivalentes, não a pura sangria gananciosa como faz os EUA.

Como os EUA não investiram aqui e sempre utilizou os países do continente como se fossem parte de seu próprio quintal, ficou aberta uma avenida para que a América Latina buscasse outros parceiros para poder continuar o desenvolvimento econômico. 

E a China está sabendo explorar essa lacuna muito bem, já que a situação econômica dela é estável e a mundial passa por profunda crise em que o imperialismo está interessado apenas em se apropriar de tudo que puder dos demais países, mesmo que tenha que promover golpes de estado ou “invasões democráticas”. Isso gera conflitos de interesses entre países e a classe trabalhadora mundial não está mais disposta a se sacrificar sem receber nada em troca. A temperatura social continua em franco aumento, e assim a única coisa possível é a explosão.

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