Após a recente greve dos metroviários da cidade de São Paulo, a qual não foi completamente vitoriosa porém capaz de arrancar do governo bolsonarista de Tarcísio Freitas mais do que ele gostaria de dar, a presidente do sindicato dos metroviários de São Paulo, Carmem Lisboa, vem recebendo ameaças de morte.
Segundo Carmem, as ameaças vieram pelo Instagram de perfis identificados com a extrema direita. “Desde já reafirmamos que essas ameaças não irão nos calar. A categoria metroviária seguirá sua luta por direitos, por um transporte público de qualidade e pela catraca livre”. Disse Carmem em nota oficial no site do sindicato. A ” catraca livre” foi justamente o ponto crítico para o governador diante da última greve. O sindicato afirmou que caso o metrô liberasse as catracas para os passageiros poderem usar o transporte sem a tarifa, eles voltariam ao trabalho.
A proposta garantiu aos metroviários um grande apoio por parte da população e obrigou o governador bolsonarista a considerar a propositura do sindicato. O Metrô chegou a anunciar que aceitaria a liberação da passagem porém mais tarde mostrou se que tratava se apenas de uma manobra do governador para deixar a cargo do judiciário a proibição das catracas livres como ficou demonstrado com a decisão do TRT à liminar impetrada pelo próprio Metrô, a cargo do governador, que, em afronta ao direito dos trabalhadores, declarou não só que a catraca livre não seria possível mas como também que um efetivo de 80% dos trabalhadores teriam que voltar a trabalhar sob pena de multa de 500 mil reais por dia ao sindicato.
Com a vitória parcial dos trabalhadores ao final de todo enfrentamento, agora a direita volta à ameaça por meio da violência. Portanto fica claro que para além das greves salariais, é preciso construir um movimento popular nas ruas que seja robusto o suficiente para fazer recuar a iniciativa da extrema direita. Além disso é preciso construir nos locais de trabalho e sindicatos, comitês de auto defesa para auxiliar os trabalhadores em caso de ameaças a sua integridade física e logicamente exigir o direito do armamento para todos os trabalhadores pois não é novidade para ninguém que a extrema direita está toda ela armada e não vai ser com flores que o trabalhador conseguirá fazer frente ao cano de um revólver.