Após colocar os trabalhadores de mais uma fábrica, a de Taubaté, em férias coletivas, na última segunda-feira (27), assim como fez a General Motors, a Volkswagen já avisou que a fábrica de motores, instalada na cidade de São Carlos, município do Estado de São Paulo, também vai passar por ajustes na produção e os operários do terceiro turno serão os alvos desta vez. Informou o Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos.
Também para abril, em São José dos Pinhais (PR), a unidade passa por mudanças. Diante da situação, os metalúrgicos estão bastante apreensivos quanto ao retorno à fábrica, pois sabem que pode acontecer qualquer com eles, inclusive a demissão.
O que é?
As justificativas dadas pelas multinacionais é o que menos importa. Em um momento alegam os juros, em outro a falta de componentes. Mas querem, na verdade, colocar pressão sobre os governos das cidades e estados onde estão instaladas, para assim ganharem mais umas vantagens. Sem se importarem com a situação em que os trabalhadores, bem como, seus familiares se encontram.
Segundo o artigo do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (SMABC), todas as fábricas da VW no Brasil passaram por algum tipo de ajuste de produção por causa da falta de semicondutores em 2023. Na quinta-feira (23), o representante da empresa, Ciro Possobom, informou que o cenário de abastecimento do componente é melhor do que o visto no começo de 2022, mas ainda há problemas de fornecimento. Uma conversa de clara enrolação para tentar anestesiar e desarmar qualquer mobilização dos trabalhadores, diante da crise
Também para abril, por mais de vinte dias, a produção do SUV T-Cross, em São José dos Pinhais (PR) deve ficar paralisada. A unidade estava operando em dois turnos, e a medida envolverá um quadro formado por cerca de 1,9 mil funcionários, segundo o sindicato dos metalúrgicos da região.
Ocupar as fábricas
Não se pode esperar que as fábricas que não têm nenhum vínculo com as cidades e estados onde estão instaladas, muito menos com os trabalhadores, venham a se comover com a situação dos metalúrgicos. Portanto, é hora de intervir contra tamanho ataque proferido pelas multinacionais. As direções do movimento operário devem tomar a frente dessa luta, tendo como sua principal representante a CUT. É preciso também a realização de greves unificadas em todo o país; ocupar as instalações dessas fábricas como resposta ao que vêm fazendo contra os trabalhadores, que são aqueles que realizam os trabalhos dentro da fábrica, enquanto os capitalistas, parasitas, só se beneficiam do esforço alheio.