Hoje, quarta-feira (29), se completaram os 474 anos da fundação da primeira capital do Brasil e mais duradoura da história, Salvador. Sua fundação foi realizada em 29 de março de 1549, assinada pelo então prefeito Osvaldo Veloso Gordilho. Neste mesmo dia, Tomé de Souza (1503-1579), desembarcou no atual Porto da Barra, dando início à construção da cidade-fortaleza.
Nascido em 1503 como um filho ilegítimo e de origem humilde, o primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Souza, encontrou seu lugar na Ordem de Cristo, organização religiosa de cunho militar, onde se destacou logo adolescente. Essa posição faz com que ele participasse de enormes expedições, uma delas a ida de Portugal para à Índia oriental e pelo norte da África. Seu envolvimento nessas organizações militares é responsável pela sua ascensão social, chegando a ser reconhecido pelo rei de Portugal, D. João III, como fidalgo sendo indicado ao cargo que faria parte de sua história na nação tropical. Considerado uma pessoa muito capaz pelas autoridades, ele é enviado para assumir o controle administrativo das províncias brasileiras, importante etapa do desenvolvimento histórico nacional, marcado pelo declínio e o fracasso das capitanias hereditárias.
Sua principal função era forçar o desenvolvimento da então colônia portuguesa, a Bahia foi escolhida como local, pois seu antigo donatário, Francisco Pereira Coutinho, foi capturado pelos tupinambás e devorado, em 1547. Com Tomé de Souza vieram mil homens e os jesuítas, com destaque: Manoel da Nóbrega, para catequizar os indígenas. O método utilizado foi “disciplinar” os índios, desenvolver os engenhos de açúcar e distribuir sesmarias, para desenvolver a economia local e, acima de tudo, manter um controle centralizado.
Apesar das críticas anacrônicas e moralistas a respeito dessa personagem histórica, foi uma importante figura, que desempenhou um papel fundamental para a criação da nação brasileira. Outro papel de destaque foi a proteção e criação de barreiras litorâneas, a fim de impedir que os franceses continuassem a invadir a colônia, mantendo-a sob o controle dos brasileiros e dos portugueses. Essa tarefa foi uma verdadeira luta, nada típico da conduta dos “aristocratas” fantasiados pelos “analistas” da história nacional, seu papel foi verdadeiramente uma epopeia, assim como D. Pedro I, além de aristocrata e rei, foi líder de uma revolução.
A fundação de Salvador, foi importantíssima para o desenvolvimento do Brasil, portanto, é necessário entender a importância desse acontecimento, para compreender o contexto completo, o PCO tem um curso sobre “A história marxista do Brasil”, em que o companheiro Rui Costa Pimenta (presidente do Partido da Causa Operária) ministra às aulas com maestria.