Há 6 dias, órgãos da imprensa americana, imperialista, despejam comentários sobre a fala de Biden, presidente americano, que disse ter experimentado uma “epifania” sobre o casamento gay quando estava no ensino médio que o levou a apoiar o casamento gay, mas seu histórico de votação como senador e comentários feitos nos anos seguintes apontam para o lado contrário.
Numa entrevista na segunda-feira (13) ao “The Daily Show” do portal Comedy Central, o apresentador Kal Penn perguntou a Joe Biden sobre sua visão de casamento de pessoas do mesmo sexo e o que o governo americano poderia fazer para proteger os americanos LGBTQ. A resposta literal foi “Lembro-me exatamente onde foi minha epifania”
“Lembro que estava saindo do carro e olhei para a direita e dois homens bem vestidos de terno se beijaram. … E nunca vou esquecer, virei-me e olhei para o meu pai e ele disse: ‘Joey, é simples. Eles se amam’”, lembrou Biden.
Ano passado Biden assinou a Lei do Respeito ao Casamento de pessoas do mesmo sexo em dezembro e, como vice-presidente, fez comentários em apoio ao casamento gay em 2012 que levaram o presidente Barack Obama a adotar a mesma posição; contudo Biden teve um longo histórico de oposição ao reconhecimento legal de casais do mesmo sexo.
Em 1996, Biden, então senador democrata por Delaware, votou a favor da Lei de Defesa do Casamento, que declarava que os estados não eram obrigados a reconhecer casamentos entre pessoas do mesmo sexo realizados em outro estado e definia o casamento como sendo entre um homem e uma mulher.
Em 1994, Biden estava de acordo com uma medida proposta pelos senadores republicanos Robert Smith, de New Hampshire, e Jesse Helms, da Carolina do Norte, que cortava fundos federais para escolas que ensinavam a aceitação da homossexualidade.
Em 1973, doze anos depois de se formar no ensino médio, Biden disse a seus constituintes de Delaware que sua “reação instintiva” a uma pergunta sobre gays trabalhando para o governo federal era que eles seriam “riscos à segurança”.
Durante uma aparição no “Meet the Press” em 2006, Biden foi questionado sobre os esforços do presidente George W. Bush para pressionar o Congresso a aprovar a Emenda Federal do Casamento, que proibiria o casamento entre pessoas do mesmo sexo nos Estados Unidos.
“Olha, o casamento é entre um homem e uma mulher e os estados devem respeitar isso”, continuou Biden na época. “Ninguém violou essa lei, não houve contestação a essa lei. Por que precisamos de uma emenda constitucional? O casamento é entre um homem e uma mulher”.
Será possível que em tão pouco tempo e próximo às eleições o presidente americano mudou de opinião? Obviamente que não. Mapeando ataques aos direitos LGBTQ nas legislaturas estaduais dos EUA vemos que nos últimos anos do governo Biden, os estados apresentaram um número recorde de projetos de lei que atacam os direitos LGBTQ, especialmente os jovens transgêneros, divulgados pela ACLU (União Americana pelas Liberdades Civis). Novamente os Estados Unidos usam a mentira como artifício para chegar ao poder e/ou se manter nele.
O presidente Biden, outrora identificado pela esquerda pequeno-burguesa como um político de esquerda, não passa de um oportunista que usa o identitarismo para se promover e alcançar mais 4 anos no poder da nação imperialista mais nociva que continua seus ataques à classe trabalhadora mundial roubando tudo que ela tem, em uma subjugação de todos os países capitalistas atrasados para que estes sustentem à decadente economia americana. A esquerda pequeno burguesa, com seu apoio a políticos de direita, atrasa o movimento revolucionário e caminho natural do capitalismo neoliberal, ou seja, a mudança para o socialismo.
