Em entrevista para o Estadão, Tasso Jereissati, se diz surpreso “com a linha radical de política econômica” do então eleito presidente Lula. Segundo o ex-senador, o atual presidente aponta para uma política econômica a qual ele considera, “ultrapassada, vencida e que já foram testadas”. Jereissati que é um político do PSB, também se diz arrependido de ter apoiado Lula no segundo turno e esperava um governo mais ligado à frente – leia-se, direita.
O empresário e ex-governador do Ceará, afirma que o governo deveria se mais amplo, como o Lula do primeiro mandato, onde tinha uma penca de direitistas nos ministérios mais importantes para o desenvolvimento e economia do país. Apesar de Haddad ser uma pessoa da ala mais à direita do Partido dos Trabalhadores, mesmo assim, esses políticos burgueses não o veem com bons olhos para controlar a economia brasileira.
O que mais chama a atenção na fala de Jereissati, inclusive é o título da matéria do Estadão, é: “Não veio um Lula Mandela, veio um Lula anti-Bolsonaro”. Toda a direita e o imperialismo tenta de todas as formas colocar o governo eleito pelo povo e pelos trabalhadores, cada vez mais à direita. Gostariam que Lula após ser preso, assim como Nelson Mandela, voltasse ao poder para colocar em prática a sequência da política entreguista levada adiante após golpe de Estado e piorada no governo Bolsonaro.
É radical também pelo tom da agressividade. Esse embate com o Banco Central é inteiramente desnecessário. Em relação ao presidente do Banco Central, chegou a ser feito um ataque pessoal. Isso é profundamente prejudicial para a economia do país. – Afirma Jereissati.
Um Lula parecido com Mandela também foi descrito na coluna de uma articulista do mesmo jornal, Eliane Cantanhede, apostando que o atual presidente deveria deixar de fazer políticas para o povo e para a população e se tornar um serviçal do imperialismo como foi o ex-presidente da África do Sul, que saiu da cadeia para a presidência em um acordo feito direto com a burguesia e o imperialismo; para, no final das contas, passar pano para os anos de crimes cometidos pelos capitalistas internacionais contra os países atrasados, principalmente os da África.
“Chegou o tempo de curar as feridas. Chegou o tempo de preencher as lacunas que nos separam. Chegou o tempo de construir”, declarou a liderança africana após passar 27 anos preso, uma prisão claramente politica.
Pelas declarações da direita brasileira, já dá para perceber que há um incômodo direto da burguesia, com a política contrária a independência do Banco Central que Lula tenta colocar em marcha. Outro ponto muito criticado pelo ex-senador é a situação do campo, inimigo completo dos movimentos populares, acredita que se continuar as ocupações feitas pelo Movimento Sem Terra isso irá gerar um caos na sociedade brasileira e vai dificultar muito o governo a trabalhar.
Para se ter uma base do tipo de cidadão que estamos falando, observe que ele coloca os primeiros anos de golpe de Estado depois de 2016, como conquistas. Se referindo à estratégia econômica de Lula, o golpista do PSDB coloca que o novo governo “traz uma linha agressiva que volta atrás em conquistas de outros governos do Temer e até do Lula”.
Golpe este que destruiu milhões empregos, levou a população de volta à fome no país. Destruiu e privatizou empresas nacionais, acabou com as políticas de desenvolvimento do Brasil, trouxe um retrocesso gigantesco em tudo que é social no país e muito mais. Lula deve expurgar todos a direita golpista de cargos no governo. Lula foi eleito para governar para o povo e não para essa burguesia parasita.