Diversos bolsonaristas desde o governo Jair Bolsonaro, além do “trio de ferro” da Ambev, Lojas Americanas e outros negócios escusos como Lemann, Teles e Sicupira estão envolvidos no esquema fraudulento da aquisição da Eletrobrás. Estão lá desde o próprio governo Bolsonaro e o próprio governo Lula está “recheado” deles, e ainda, minando o governo legitimamente eleito pelo povo, por dentro de ministérios, secretarias, empresas estatais e demais órgãos da administração pública. A mais impactante e recente diz respeito ao ministro das Minas e Energia Alexandre Silveira que procurou carimbar diversos agentes do mercado financeiro para dentro do aparelho decisório da Petrobrás.
O caso da Eletrobrás é mais um daqueles escandalosos esquemas frequentes de entrega do patrimônio público nas mãos de ardilosos banqueiros e especuladores de dentro e de fora do país. Segundo o portal 360, a Justiça Federal determinou que seja realizado um estudo sobre os impactos da privatização da Eletrobras. “O objetivo é elaborar prova técnica sobre o ‘risco de desindustrialização do país’, decorrente da desestatização, segundo ação protocolada por sindicatos em outubro de 2021”. O juiz Adriano Saldanha Gomes de Oliveira, da 28ª Vara Federal do Rio de Janeiro, deu prazo de 30 dias para a apresentação do laudo.
“A decisão foi tomada em processo iniciado por 6 entidades sindicais representantes dos empregados da Eletrobras e subsidiárias”, diz o sítio. É uma ação na Justiça que pede a anulação da privatização da empresa, privatizada em 2022 no governo Bolsonaro. Agora o governo tem apenas 40% de participação na companhia e somente 10% de poder de voto. O presidente Lula já se postou contra esse processo e defendeu um maior controle do governo sobre a empresa.
O professor de direito da USP Gilberto Bercovicci, especializado em discussões sobre empresas estatais e mistas do grupo de pesquisas de economia política da mesma universidade, diz claramente, que além dessas privatizações serem absurdas sob o ponto de vista estratégico e até mesmo jurídico, elas tendem a romper com os laços soberanos do país. O desenvolvimento econômico e social será comprometido, assim como o atendimento dos serviços básicos prestados à população serão comprometidos.
Numa entrevista ao DCO, o professor Bercovicci ainda enfatiza que no caso da privatização criminosa da Eletrobrás a gestão das águas também estará comprometida, já que a matriz energética do país é muito dependente das usinas hidrelétricas, e portanto, terão um impacto profundo no abastecimento de águas do país num futuro próximo. As centrais sindicais que trabalharam em conjunto com uma ação judicial contra a privatização da Eletrobrás poderiam de maneira ainda mais enfática chamar uma frente de mobilização popular contra a criminosa “negociata” envolvendo os mesmos homens que quebraram as Lojas Americanas e manipularam, num esquema fraudulento de leilões de diversas empresas do setor elétrico no norte e nordeste do país, incluindo a Eletrobrás e até mesmo uma empresa elétrica do Rio de Janeiro.
Bolsonaristas de plantão e ocasião como abutres aguardando o melhor momento para abocanhar a presa, também participaram desse grande esquema. A CUT tenta alguma maneira de reverter a privatização, mas é preciso mobilizar. O presidente Lula entrou nessa briga e agora procura também na justiça buscar o cancelamento dessa privatização criminosa que envolve a entrega do patrimônio do povo aos interesse privados. Mas não será pelo Judiciário que essa reversão ocorrerá.
Ao mesmo tempo, cabe imediatamente uma frente de lutas contra os inimigos do povo e suas ações espúrias contra o país e a maioria da sociedade. Em pouco mais de dois meses de governo, a direita golpista da terceira via e demais bolsonaristas já mostraram as suas garras e não largarão o “osso” dos seus privilégios e conquistas neoliberais e somente uma frente única poderá bloquear seus ímpetos e avançar as conquistas sociais. Fim da privatização da Eletrobrás, total reestatização da companhia sob o controle dos trabalhadores!