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Governo dos trabalhadores

Fora Daniela Carneiro e o União Brasil do governo!

Direitistas dentro do governo atacarão ao primeiro sinal dos verdadeiros patrões: a burguesia

Em entrevista ao programa “O É da coisa”, do jornalista Reinaldo Azevedo e transmitido pela rede Band (Tv e FM), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, comentou a nova frente de crise no governo envolvendo os supostos aliados do União Brasil: a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, e o ministro das Comunicações, Juscelino Filho.  “Por enquanto eu acho que não é maior do que isso [fotos da ministra com milicianos]. Se aparecer evidência que seja, sairá do governo”, disse Lula sobre a ministra, sobre quem pesa um suposto vínculo com a chamada “milícia” fluminense, grupos paramilitares atuando no faroeste do Rio de Janeiro. 

Sobre o ministro das Comunicações, Lula disse: “tentei essa semana conversar com Juscelino, o ministro Juscelino está viajando, está no exterior a serviço do ministério discutindo no encontro de telecomunicações”, acrescentando ainda que “já pedi para o ministro Rui Costa convocar ele para segunda-feira, para gente ter uma conversa porque ele tem direito de provar sua inocência, mas, se ele não conseguir provar sua inocência, ele não pode ficar no governo. Eu garanto a todo mundo a presunção de inocência.”

Segundo o jornal golpista Folha de S. Paulo, “o grupo político da ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União Brasil), e de seu marido, o prefeito de Belford Roxo, Waguinho (União Brasil), mantém há ao menos quatro anos vínculos com a família do ex-PM Juracy Alves Prudêncio, o Jura, condenado e preso sob acusação de chefiar uma milícia na Baixada Fluminense.” (“Ministra de Lula mantém vínculo político com família de miliciano”, Italo Nogueira, 3/1/2023).

Juscelino Filho, por sua vez, fora arrolado a um suposto esquema de corrupção envolvendo obras licitadas pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e realizadas por empreiteiras ligadas ao político direitista em seu estado, o Maranhão. O ministro é acusado também de destinar “R$ 5 milhões do orçamento secreto para asfaltar uma estrada de terra que passa em frente à sua fazenda, em Vitorino Freire (MA). A propriedade também abriga uma pista de pouso para seu avião particular e um heliponto” (“Ministro de Lula usou orçamento secreto para beneficiar a própria fazenda no Maranhão”, Daniel Weterman, Vinícius Valfré, Julia Affonso e Tácio Lorran, Estado de S. Paulo, 30/1/2023).

Ainda que de um ponto de vista estritamente jurídico, a presunção de inocência implique que o ônus da prova recaia aos acusadores e não aos acusados, ninguém em pleno gozo das faculdades mentais ficaria surpreso se os ministros direitistas, do partido oriundo do famigerado Arena (o partido da Ditadura Militar), estivessem de fato ligados ao crime organizado ou esquemas de desvio de verbas. Independente de qualquer consideração jurídica, é o efeito político causado pelos escândalos que devem ser observados, principalmente o uso que a propaganda da burguesia fará destes fatos para desmoralizar o governo Lula.

Uma rápida passada de olhos pelos principais jornais do País (Estadão, Folha e O Globo) revelam manchetes como: “Ministro que usou avião da FAB e diárias para ir a evento de cavalos nunca foi recebido por Lula” (Estado de S. Paulo, 28/02/2023), “Lula diz que ministra será demitida se elo com milícia for além de fotos; veja como vínculo é amplo” (Folha de S. Paulo, 3/3/2023) e “Entenda as suspeitas contra Juscelino Filho, que pode ser o primeiro ministro a deixar o governo Lula” (O Globo, 4/3/2023). Nenhuma menção ao fato de serem do União Brasil, partido de extrema-direita aceito pelo imperialismo, o foco recai sobre o fato de serem ministros de Lula, deixando claro que o alvo não são os direitistas, mas o governo, atacado pelo flanco aberto pelos supostos aliados da direita “civilizada”.

Nada de novo

O uso de elementos direitistas dentro do governo do PT não é nenhuma novidade. O escândalo do Mensalão, ocorrido em 2005, teve como pivô não um petista, mas o então deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ). Os principais partidos envolvidos no esquema eram o Partido Liberal (partido do ex-presidente Jair Bolsonaro), o Partido Progressista (partido de Bolsonaro à época) e o PMDB (atual MDB, partido que seria um dos articuladores do Golpe de 2016).

No governo seguinte, da presidenta Dilma Rousseff, o escândalo do Mensalão repetiu exatamente o mesmo roteiro. Usando um episódio absolutamente corriqueiro, a compra de uma refinaria nos EUA pela Petrobrás, o imperialismo mobilizou sua máquina política e propagandística para desmoralizar a presidenta, no chamado episódio do Petrolão. Neste, dos 35 partidos legalizados junto ao Tribunal Superior Eleitoral, 14 foram denunciados pela operação golpista Lava Jato. Novamente, os principais implicados eram novamente o PTB, PP, PL e PMDB, acompanhados pelo Solidariedade.

“Os parlamentares do PP representam mais da metade do número total de investigados”, diz uma reportagem sobre o tema publicada no sítio JusBrasil (“Com 18 nomes, PP tem o maior número de investigados na Lava Jato”, 8/3/2015).

“A bancada do PP na Câmara”, continua a matéria, “tem 40 deputados e terá 18 investigados. Na Câmara, PMDB e PT têm dois investigados cada um.

Dos cinco senadores do PP [em 2014], três estão na mira do Supremo. A apuração envolve o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI); o vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (MA); o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, Arthur Lira (AL); e o líder na Casa, Eduardo da Fonte (PE). (…)Entre os senadores, o PMDB, maior bancada da Casa, tem quatro investigados. Há nomes importantes como o dos senadores Romero Jucá (RR), Valdir Raupp (RO) e o ex-ministro de Minas e Energia e senador Edison Lobão (MA). O PT tem outros três, o PSDB e o PTB tem [sic] um senador cada”, conclui a reportagem.

Fora todos os direitistas

À luz do passado recente, da repetição dos erros cometidos e do perigo que ronda o mandato de Lula, é preciso uma forte pressão por parte do ativismo de esquerda pela expulsão dos elementos direitistas inseridos no governo. Embora a Lava Jato não tenha conseguido impedir a reeleição da presidenta Dilma, a operação conseguiu criar o clima de desmoralização necessária para que o golpe de 2016 fosse bem sucedido. Para isso, os pequenos golpes financeiros dos “aliados” direitistas foram imprescindíveis para desmoralizar o governo junto à população.

A mesma operação está em marcha agora, porém em um momento no qual a direita já está mobilizada, demonstrou grande capacidade de ação no fatídico 8 de janeiro. Manter em postos ministeriais golpistas conhecidos como os supracitados membros do União Brasil e também Simone Tebet, Carlo Lupi, José Múcio e todos os direitistas, é uma ameaça. Essas pessoas são um cavalo-de-tróia, que ao primeiro sinal dos verdadeiros patrões, a burguesia, atacarão, como já fizeram. Só um governo de trabalhadores pode fazer frente aos ataques que Lula já sofreu e ainda está por sofrer.

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