Previous slide
Next slide

morenismo x stalinismo

O arranca toco dos oportunistas em São Luis do Maranhão

A esquerda pequeno burguesa em sua disputa eleitoral oportunista não consegue aderir a uma política de defesa dos trabalhadores, fica a reboque do imperialismo

A defesa da natureza, das florestas, o ambientalismo em gera,l não são necessariamente políticas da direita. Atualmente, o grande defensor dessa política nos países atrasados é principalmente o imperialismo. Os partidos verdes europeus, por exemplo, estão dentre os mais pró imperialistas. A esquerda quando entra nessa questão deve ter cuidado para não assumir uma posição pró imperialista, o caso mais famoso é o da Amazônia, que sofre uma campanha pesada para justificar a interferência estrangeira. Mas há outros como o da prefeitura de São Luiz no Maranhão, que foi alvo de críticas pelo PSTU em seu artigo: “MA: O escandaloso papel do PCdoB no debate sobre o Plano Diretor de São Luís”. No fim, o partido morenista adere à posição do imperialismo por meio da “defesa da natureza”.

A base do debate é uma “proposta de revisão do Plano Diretor encaminhada na gestão do ex-prefeito Edivaldo Holanda Júnior, em 2019, que prioriza uma minoria, no caso, a indústria pesada e da Construção Civil” que tramita na Câmara Municipal. O texto afirma que a população repudiou as propostas do “setor empresarial, governos estadual (Flávio Dino, à época no PCdoB) e municipal (Edivaldo Holanda Júnior, à época no PDT), mas que não foram consideradas no Plano Diretor encaminhado pela Prefeitura à Câmara Municipal de São Luís.” O governo de Flávio Dino foi tão à direita no Maranhão que chegou a sair do PCdoB e se filiar no direitista PSB, o que é um indício de que esse plano realmente atacaria os trabalhadores. O problema é que o PSTU não apresenta uma alternativa à esquerda.

A questão levantada é “a transformação de uma grande parte da Zona Rural em Zona Urbana; supressão de áreas, dunas e de proteção ambiental; a redução e não proteção das áreas de recarga de aquíferos (águas subterrâneas utilizadas para consumo). Todas essas mudanças visam a ampliação das áreas de interesses industriais e a realização de obras de Construção Civil, em detrimento de comunidades rurais e bairros populares que carecem de uma política que garanta infraestrutura de transporte, saúde, educação, de geração de trabalho e renda, dentre outras.” O problema aqui é o ataque ao desenvolvimento econômico. O Maranhão é um dos estados mais atrasados do Brasil e a política da esquerda não pode ser contra a sua industrialização. Nesses momentos é preciso lutar por uma indústria sob o controle dos operários e das comunidades do entorno e não se colocar contra a indústria, isso é uma política reacionária.

Essa é a forma como o imperialismo oprime as nações atrasadas. Seu intuito verdadeiro é impedir que o Brasil, a Rússia, a China, a Índia, a África do Sul, a Bolívia, a Argentina e todos os países oprimidos se tornem possíveis concorrentes no mercado internacional. O Brasil, nesse sentido, poderia facilmente se industrializar a ponto de concorrer com os países imperialistas. Mas falar que o Brasil deve se manter na pobreza é algo que não funciona. Por outro lado falar em preservação das florestas, das dunas, dos rios etc. tem maior apelo, é uma demagogia. Não existe essa oposição do ambientalismo com a indústria, o próprio atraso estimula a destruição do meio ambiente. As indústrias, quanto mais desenvolvidas, menos danosas serão para os habitats naturais. Além disso um país onde existe o latifúndio é muito mais sujeito ao desmatamento, como é o caso da Amazônia. Os trabalhadores da cidade, nesse sentido, são importantíssimos aliados dos trabalhadores do campo na luta pelo fim do latifúndio.

É preciso trazer infraestrutura, transporte, saúde, educação para as comunidades, mas também é preciso que haja obras e indústria onde se possa trabalhar. O desemprego absurdo que o Brasil atingiu nos últimos anos é principalmente resultado da desindustrialização imposta pelos governos neoliberais de FHC, Temer e Bolsonaro. Essa existiu em menor escala até nos governos do PT, mas agora Lula em seu 3º mandato já fala em reindustrializar o Brasil e a política da esquerda deve ser de apoiá-lo em defesa da maior criação de indústrias possíveis. Não é preciso ficar a reboque da burguesia do Maranhão, se deve lutar por indústrias com altos salários, direitos trabalhistas e o menor impacto ambiental possível, isso sim é uma luta em defesa da natureza que ressoa entre a classe operária. Ficar contra a criação de emprego em um lugar pobre como São Luiz é a receita do desastre e lança os trabalhadores a apoiar a direita.

Uma das questões levantadas é sobre a população da zona rural que seria afetada. Toda população afetada pela mineração, pela industrializada, construção de reservas em um governo dos trabalhadores deveria ter as suas reivindicações garantidas. Em muitos casos é possível manter as populações em outras, caso seja estritamente necessário deslocá-las, elas devem ganhar outras terras para poderem se sustentar e auxílio do governo nesse momento de mudança. Em um projeto democrático, feito por um governo operário ou até sob a pressão da mobilização dos trabalhadores, esses problemas tendem a se reduzir. O problema aqui é justamente opor a indústria aos interesses dos trabalhadores em geral. A indústria é riqueza, quando está sob o controle operário é um ganho para todos os oprimidos.

Esse erro político leva o PSTU a levantar palavras de ordem sem conteúdo que na prática fazem a campanha do imperialismo contra o desenvolvimento nacional: “Pela imediata devolução da proposta do plano Diretor à prefeitura de São Luís! Em defesa da zona rural e da natureza! Pela preservação da vida e não ao Plano Diretor da morte!” Por que exigir que o plano diretor seja devolvido à prefeitura e não que fique sob o controle dos trabalhadores, da CUT, da associação de camponeses da região? Outra frase sem sentido é a defesa da zona rural, o correto é a defesa dos trabalhadores do campo. Para isso é preciso defender as suas reivindicações, principalmente a reforma agrária. Por fim, se fala vagamente que se é contra o “plano diretor da morte”, ao invés de se traçar um plano que beneficie os trabalhadores.

O texto é, na verdade, uma mistura de confusão política e campanha oportunista do PSTU. Denuncia alianças com a direita do PCdoB mas de uma maneira direitista, pró imperialista. O PCdoB nem é mais governo, a denúncia principal deveria ser contra a direita que está atacando os trabalhadores e não contra a esquerda que está a seu reboque. É óbvio que a se pode criticar a esquerda que está capitulando ante a direita, mas o foco aqui é a prefeitura do PSB e o governo do estado do PSB, controlados pela direita. É preciso combater a campanha da direita com política de esquerda e não apenas fazer críticas oportunistas aos partidos que se aliam com a direita. Mas o PSTU é profissional nessa política oportunista que acaba terminando no golpismo, como fizeram contra o governo Dilma Rousseff.

.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.