No dia 03 de março de 1918, foi firmado o Tratado de Brest-Litovski, um tratado de paz entre a Rússia, que estava sob o governo bolchevique, e os chamados Impérios Centrais, formado pelo Império Alemão, Império Austro-Húngaro, Reino da Bulgária e Império Otomano. O acordo definiu uma vitória da vontade política dos operários russos, apesar de ter parecido uma vitória do imperialismo sobre a Rússia.
O acordo definiu a saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial. Contudo, a situação não foi boa para a Rússia, país onde o Partido bolchevique havia tomado recentemente o poder liderado por Vladimir Lênin e Leon Trótski. Os dois foram os principais responsáveis pelas tentativas de retirar o país russo da Guerra.
Não devemos nos esquecer que a saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial era uma decisão que contava com clamor popular. Aliás, um dos objetivos da Revolução de 1917 era a paz, com a saída da Guerra. Leon Trótski defendia uma solução política própria para a paz, tentando fazer com que França e Reino Unido também se envolvessem nas negociações.
Contudo, as relações internacionais não são tão simples de lidar. Nesse sentido, Vladimir Lênin defendeu, em meio a muitos ataques esquerdistas, a posição de a Rússia assinar o Tratado de Brest-Litovski. O próprio Lenin encarou o tratado como “paz vergonhosa”, já que o país perdeu boa parte de seu território.
A Rússia perdeu o controle dos seguintes territórios: Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, Bielorrússia e Ucrânia. Estes territórios representavam um terço da população da Rússia, 50% de sua indústria e 90% de suas minas de carvão, sendo boa parte anexada ao Império Alemão. Ou seja, uma perda sem tamanho para os russos, e um desafio imenso para o recém-Estado bolchevique.
No entanto, em novembro de 1918 ocorreu a Revolução Alemã, derrubando o regime de Guilherme II, tendo como uma das figuras centrais e revolucionária Rosa Luxemburgo. Como consequência, o Comitê Executivo Central anulou o Tratado de Brest-Litovski, considerando-o um acordo agressivo e ilegítimo. Dessa forma, os trabalhadores alemães tomaram a decisão política correta em relação aos trabalhadores russos.
Esse episódio reflete no atual contexto político internacional, em que os trabalhadores de todo o mundo começa a formar uma política de paz em relação à Guerra na Ucrânia, enquanto que o Imperialismo, com seus representantes norte-americanos e europeus, insistem numa escalada das tensões contra a Rússia.
Na Europa, vê-se já intensas manifestações populares de rua contra a continuidade da Guerra. Brasil, China e outros países fora do imperialismo já sinalizam com tratados de paz, enquanto que Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e Ucrânia, a bucha de canhão, insistem que a guerra deva continuar.
Dessa forma, é preciso entender o que cada agente nesse conflito defende para seguir a política correta. E, nesse exato momento, a classe operária mundial está na tendência de defesa de uma política de paz, enquanto que a burguesia imperialista defende a continuidade das hostilidades contra a Rússia, usando a Ucrânia e seu povo como bode expiatório.