O massacre palestino pelas mãos dos israelenses só cresce. O novo governo de Benjamin Netanyahu, composto por judeus ultraortodoxos e outros grupos de extrema-direita, é um dos mais conservadores desde a formação do enclave imperialista no Oriente Médio.
Em um acordo com os setores mais reacionários do parlamento israelense para formar a composição do governo, foi aprovada uma dita reforma judicial que inclui um pedido de uma “definição clara e restritiva” para que um judeu seja considerado judeu, medida, é claro, que irá ampliar ainda mais a perseguição ao povo palestino.
A intenção de aumentar a perseguição aos árabes foi logo confirmada pelo conteúdo do pacote de planos do seu novo governo. Netanyahu apresentou no topo das prioridades a expansão e prometeu legalizar diversos assentamentos ilegais na Cisjordânia e centenas de postos avançados para anexar mais territórios ocupados pelos palestinos.
Além disso, o parlamento aprovou também um projeto para ampliar a autoridade política do ministério da segurança nacional e seu novo chefe, Itamar Ben Gvir, sobre as ações policiais.
Itamar Ben-Gvir é o chefe do partido do Poder Judaíco e conhecido por ser um ardoroso perseguidor do povo palestino.
Recentemente, Ben-Gvir foi o protagonista de uma grande provocação aos palestinos ao visitar o complexo onde se localiza a mesquita Al-Aqsa, em Jerusalém. A mesquita é um dos locais mais sagrados para o islã logo após Meca e Medina. A atitude foi extremamente condenada pelos palestinos, o que pode levar a uma escalada do conflito entre palestinos e judeus e Itamar já havia sido alertado disso pelo líder da oposição a Israel, o ex primeiro-ministro Yair Lapid, mas foi até lá mesmo assim, em uma clara demonstração de provocação.
Escalada da violência
Desde o início do ano, já são mais de 57 palestinos mortos pelas forças policiais de Israel, dentre eles, ao menos 10 crianças.
No último dia 22 de fevereiro, um ataque israelense à cidade de Nablus, na Cisjordânia, matou 10 pessoas e feriu mais de cem palestinos.
Tropas da ocupação israelense invadiram a cidade a bordo de veículos blindados e bloquearam todas as entradas antes de cercar uma casa à procura de dois palestinos: Hossam Isleem e Mohammad Abdulghani, ambos mortos com requinte de crueldade.
O Ministério da Saúde palestino informou que dez pessoas foram mortas e outras 102 ficaram feridas como resultado de tiros de soldados de ocupação israelenses. O exército israelense chegou, inclusive, a impedir a chegada de ambulâncias ao local.
A resistência palestina tem monitorado a grande escalada de ataques por parte dos israelenses e disse que a nova agressão indica o grau de desprezo do novo governo pelos acordos e movimentos políticos firmados até então.
“Nossa paciência se acabou”, disse o porta-voz militar das Brigadas Al-Qassam, Abu Obeida.