Na última Análise Política da Semana, programa de análise mais tradicional de toda a esquerda brasileira, apresentado todos os sábados por Rui Costa Pimenta, José Luís, de Santo André, enviou uma carta ao programa. O texto, lido ao vivo pelo apresentador Henrique Áreas, foi repassado ao Diário Causa Operária que, por meio do presente artigo, lhe disponibiliza aos nossos leitores.
Para Henrique Áreas: programa Análise Política da Semana
O motivo de escrever esta carta é a dificuldade de participar da Análise nos sábados. Recordando a última conferência do Partido, um dos integrantes falou da necessidade dos sindicatos, partidos e demais movimentos dos trabalhadores de ter uma emissora de rádio. Apesar de todo avanço tecnológico, o rádio, principalmente da faixa A.M., atinge milhões de pessoas. A Internet, celular e outros não têm o mesmo alcance, podendo ser sabotado e bloqueado, como aconteceu nos canais do PCO, sem contar com a vida útil de curta duração e obsolescência. Recordando que através das ondas do rádio, foi um dos meios que ajudaram no triunfo da revolução cubana e recentemente as rádios mineiras da Bolívia ajudou a derrotar os diversos golpes neste país. Por essa razão torna-se um objeto de luta o fim da lei de concessão de radiodifusão que é um verdadeiro latifúndio midiático nas mãos de poucas famílias, e que a CUT, MST e outros movimentos de trabalhadores tenham suas próprias emissoras.
Outro ponto é a triste realidade nas condições de trabalho na atualidade, seja no setor público e privado. Demissões, metas abusivas de trabalho e outras coerções, com a figura principal do chefe/capataz que de maneira brutal leva os trabalhadores a uma vida infernal, com resultado de transtornos e doenças físicas e mentais. Por sua vez as direções sindicais ignoram esta tragédia olimpicamente juntamente com a maioria da esquerda. A função do partido é impulsionar e denunciar essas condições desumanas e organizar os trabalhadores contra esta figura (chefe/capataz), um resquício da escravidão. Ainda neste tema vemos o fechamento das fábricas e outros locais de trabalho, jogando os trabalhadores na miséria e indigência, temos que organizar a luta contra o fechamento ocupando fábricas e que os seus funcionários dirigindo este locais, demonstrando que é possível uma vida sem chefes e patrões.
José Luis