O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, comandado por Silvio Almeida, criou na última semana um Grupo de Trabalho (GT) contra o suposto discurso de ódio e o extremismo. A ideia seria apresentar “estratégias de combate ao discurso de ódio e ao extremismo”. Os integrantes também irão propor políticas públicas em direitos humanos sobre o tema. O grupo terá a participação de 29 pessoas, 5 representantes do ministério e 24 da sociedade civil. Manuela d’Ávila, ex-deputada pelo (PCdoB), será a presidente que contará também com o youtuber, empresário e “influenciador” Felipe Neto. A Folha de São Paulo, jornal que foi base do crescimento do bolsonarismo, alavancou a extrema-direita e apoiou o golpe contra Dilma, pasmem, também terá representação com a jornalista Patricia Campos Mello. O grupo terá duração de 180 dias, prorrogáveis se necessário.
Silvio Almeida, atual ministro da pasta de Direitos Humanos, possui um histórico digno de golpista. Foi presidente do Centro de Estudos Brasileiros do IREE, entidade ligada diretamente à Companhia de Inteligência Americana (CIA) e ao National Endowment for Democracy (NED), entidades especialistas em golpes de estado pelo mundo afora. Também conta na sua presidência com Sérgio Etchegoyen, um profissional de golpes de estados. Silvio Almeida também foi representante no caso do Carrefour, onde simplesmente teve o papel de não fazer nada. Para o recheio do bolo nada doce para o povo, timos como um dos líderes do grupo Manuela D’Ávila, dona de uma demagogia sem precedentes e defensora das alianças mais espúrias com a direita tradicional, e Felipe Neto, uma farsa que nunca foi de esquerda, atacou veemente Dilma Rousseff durante o golpe e agora pretende aparecer como um liberal. Pelos atuantes da peça, já sabemos os seus resultados.
O grupo de trabalho, por seu caráter burguês e de censura, é noticiado e elogiado por setores da burguesia, principalmente a direita tradicional. No Correio Braziliense, o colunista Roberto Fonseca coloca: “Acredito que a discussão vem em um bom momento. Presenciamos um carnaval pacífico e ordeiro, com foliões utilizando poucas fantasias com críticas tanto ao governo atual quanto ao anterior”. Aqui fica claro a campanha de despolarização política que a burguesia pretende travar como o GT. Já fica nítido que as medidas serão para calar não apenas a extrema-direita, o que já seria cabal, mas as medidas afetarão diretamente a própria esquerda, que ficará impossibilitada de denunciar elementos como Sérgio Moro, Dallagnol, Simone Tebet, etc, visto que, qualquer xingamento poderá ser classificado como ódio. O que iremos ver, é uma total liberdade dos meios tradicionais da imprensa golpista atacando Lula e esse impossibilitado de se defender. Só para lembrar que Merval Pereira, golpista da emissora Globo, falou que Lula não pode dizer o que ele quer, na hora que ele quer.
Não iremos entrar em detalhes, contudo, o ódio não é uma situação em abstrato que pode ser controlada. A Luta de Classes, através de seu mecanismo, coloca em oposição os interesses e naturalmente as contrariedades fazem que surja esses sentimentos de raiva. O trabalhador odeia a burguesia, assim como a burguesia odeia a classe trabalhadora. O mundo da sociedade de classes é assim. O ódio permeia as relações.
Silvio Almeida, Manuela e Felipe Neto, prestarão um serviço sem paralelo para a burguesia. Teremos um aumento da censura contra a esquerda, medidas ainda mais repressivas que colocarão em xeque boa parte das denúncias, principalmente dos jornais mais alternativos. Esses elementos não são minimamente de esquerda e trabalham diretamente para o imperialismo. É preciso denunciar e lutar contra estas medidas, pois a própria existência deste jornal pode-se colocar em xeque.
