Toda pessoa que cresceu e recebeu educação escolar no Brasil conhece o Joaquim Maria Machado de Assis, ou pelo menos já ouviu falar dele. Conhecido como Machado de Assis (1839-1908), foi o escritor brasileiro mais importante, e talvez ainda é o mais importante , sendo sua obra traduzida em vários idiomas, como inglês, japonês, alemão, espanhol, italiano, francês, dinamarquês, croata, romeno, tcheco, holandês, catalão, esperanto, e talvez mais outros trabalhos de tradução para algum idioma não citado acima esteja em andamento. Suas obras foram adaptadas para cinema, televisão, teatro, e outros meios de arte do espetáculo. Teve adaptações literárias, como para histórias em quadrinhos. Foi e ainda é tema de inúmeros trabalhos acadêmicos. Tem muitos estudiosos estrangeiros sobre o Machado de Assis, sendo inclusive porta de entrada não somente para encantar pela literatura nacional, mas a cultura nacional em geral.
Machado de Assis foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras – ABL, sendo presidente até a sua morte em 1908. Também foi o Machado quem fez o discurso de solenidade de inauguração da Academia. E provavelmente o Machado de Assis é o nome mais conhecido e lembrado da ABL, da sua fundação até dias atuais.
A Academia Brasileira de Letras é muito rica, sendo proprietária de vários imóveis, inclusive de mausoléu dentro do Cemitério São João Batista, região central da cidade de Rio de Janeiro. Este cemitério é extremamente conhecido, onde descansam várias personalidades, e atrai curiosos e turistas.
E eis que aparece a noticia de que o mausoléu da Academia está em abandono total…essa notícia bombástica é mais chocante ao saber que o responsável legal pela sua gestão é a própria Academia, que possui vários imóveis, ou seja, tem recursos. As denuncias vem acompanhadas de imagens fotográficas, onde pode ser verificado sem muita dificuldade infiltrações, placas soltas nos jazigos, degradações…mas o pior ainda estava por vir: a secretaria da acadêmica Nélida Piñon que faleceu em dezembro de 2022, acusou a Academia de descaso, pois no túmulo da famosa escritora constava o nome de esposa de outro acadêmico. A regra do mausoléu diz que o acadêmico tem o direito de ser enterrado no mausoléu, juntamente com o seu conjugue. A Nélida Piñon, que era solteira, pediu para ser enterrado ao lado de Gravetinho, cão que considerava como sendo membro da família. A lápide com descrição errada foi retirada, mas parece que ainda não colocaram nenhuma placa com identificação da escritora. A Academia Brasileira de Letras deu o argumento de que a pandemia prejudicou a sua manutenção, e que as providencias já foram tomadas, com restaurações iniciadas.
O Cemitério São João Batista, administrado pela empresa RioPax, é o primeiro cemitério da América Latina a entrar para o Google Street View. Faz parte do roteiro cultural da cidade de Rio de Janeiro, sendo considerado uma atração turística carioca.