
Ministérios, GSI e PRF
Demissões no governo devem ir muito além dos bolsonaristas
Lula indicou que quer se ver livre de civis e militares fiéis a Bolsonaro e também dos lava-jatistas

- Parte da equipe ministerial de Lula
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- Foto: Reprodução
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Circula na grande imprensa capitalista a informação de que o presidente Lula estaria pressionando seus subordinados no governo para demitirem os resquícios do bolsonarismo que ainda se encontram no aparato governamental, tanto civis como militares.
Estariam ainda na mira de Lula elementos defensores da criminosa Operação Lava Jato, criada pelos Estados Unidos para devastar a indústria nacional e prender adversários políticos, como o próprio Lula, sendo o instrumento fundamental que conduziu ao golpe de Estado de 2016.
Lula está mexendo na Presidência da República, ministérios, posições de comando nas Forças Armadas, Defensoria Pública da União (DPU), Câmara de Comércio Exterior (Camex), Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Polícia Rodoviária Federal (PRF), dentre outros.
Na última terça-feira, Lula afirmou que “a gente ainda nem conseguiu montar as equipes, porque nós temos que tirar bolsonaristas que estão infiltrados às pencas”.
Entretanto, parece que Lula não está tendo que enfrentar apenas os bolsonaristas que restaram no governo, mas os seus próprios aliados. O ministro da Educação, Camilo Santana, ex-governador do Ceará, e membro da ala direita do PT, nomeou dois burocratas do governo bolsonarista para cargos de responsabilidade na pasta.
Karine do Santos, nome de confiança do ex-ministro bolsonarista Abraham Weintraub, será coordenadora-geral de Desenvolvimento e Melhoria da Escola do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Ela havia sido presidenta do FNDE no governo Bolsonaro. O outro é Estevão Perpetuo Martins, ex-chefe de gabinete da secretaria executiva do Ministério da Educação, que agora ocupará um cargo na coordenadoria-geral de Infraestrutura Educacional da Diretoria de Gestão, Articulação e Projetos Educacionais do FNDE.
Camilo Santana está adotando a política oposta à orientação do governo. Jogou o combate ao bolsonarismo pela janela.
Mas a demissão de apoiadores da Operação Lava Jato indicada por Lula sinaliza que existe a disposição do presidente de ampliar a coleta e descarte de lixo golpista dentro do governo. Afinal de contas, os bolsonaristas podem até ter as ideias mais extremas combatidas pela esquerda, mas a direita tradicional, que se finge de democrática e está intimamente ligada ao imperialismo, é a grande e verdadeira ameaça ao governo.
Basta ver que, dentre os partidos que compõem o ministério de Lula, a direita do PSD, MDB e União Brasil já expressou a tendência de sabotar o governo, manifestando discordância com a política de Lula em relação ao Banco Central e à condução da economia.
Nesse sentido, Lula tem um extenso trabalho de faxina a realizar. Os trabalhadores não elegeram os partidos da direita golpista, pelo contrário: elegeram Lula e o PT contra a direita golpista e bolsonarista. É preciso limpar a direita do governo, desde a bolsonarista até a “democrática”, mais golpista que os próprios bolsonaristas.