Dois jovens índios pataxós foram mortos a tiro por pistoleiros na cidade de Itabela-BA, as vítimas se deslocavam do povoado de Montinho para uma fazenda ocupada por comunidade indígena. Segundo testemunhas, Nawir Brito de Jesus (16 anos) e Samuel Cristiano do Amor Divino (25 anos) foram alvejados pelas costas por homens de motocicleta. Diante da ação criminosa dos pistoleiros na terça-feira do dia 17, mais de 200 índios decidiram bloquear a rodovia BR-101, na altura do Km 787.
O conflito teve início no meio do ano de 2022 e já havia registrado outras mortes de indígenas na região. Em agosto, latifundiários buscaram intimidar a comunidade ameaçando cerca de 80 crianças. Na ocasião, pistoleiros foram enviados para disparar com arma de fogo contra a Escola Indígena Pataxó Boca da Mata. O governo de Rui Costa (PT) chegou a organizar uma força-tarefa quando os conflitos escalaram.
O cacique Zeca Pataxó diz que a manifestação tem como objetivo uma resolução para as mortes da população indígena. Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas do Brasil, afirmou que acompanhará de perto os conflitos pela demarcação de terra e que requisitará imediata ação do Estado. O Movimento Indígena da Bahia, por meio de documento, solicita a presença da Polícia Federal e de órgãos ligados dos Direitos Humanos.
Não se pode esperar nenhuma resolução própria do estado, por um lado, a polícia militar da suporte a ações criminosa (ameaças, mortes e descoupações) e, por outro, o judiciário não decide sobre os processos de demarcação de terras indígenas. As organizações populares e partidos de esquerda devem apoiar as reivindicações e defender o direito de uma segurança própria das comunidades indígenas.


