Previous slide
Next slide

Tribunal de exceção nos EUA

Para a justiça dos EUA, a invasão do Capitólio matou um homem

Manifestante trumpista recebe pena severamente desproporcional de 7 anos de cadeia por ter agredido um segurança na invasão do Capitólio.

Julian Khater, homem de 32 anos apoiador de Donald Trump, jogou spray químico no rosto do policial Brian Sicknick durante a invasão do Capitólio americano em 6 de janeiro de 2021, foi condenado a 80 meses, ou quase sete anos de prisão, nesta sexta-feira. O agente de segurança morreu no dia seguinte de causas naturais, mas a autópsia constatou que os atos “antidemocráticos” influenciaram seu quadro.

O homem que em março de 2022 havia se declarado culpado de agredir um agente de segurança com arma perigosa teve a sua sentença decretada apenas nessa sexta feira dia 27/01/2023.

— Há agentes de segurança que perderam suas vidas, que cometeram suicídio depois disso, que não podem voltar ao trabalho — disse o juiz Thomas Hogan ao ler a sentença em uma audiência. — Suas ações são indesculpáveis.

Sicknick havia mandado uma mensagem de texto para seu irmão na noite após o ataque à sede do Congresso americano durante a sessão conjunta que confirmaria a vitória de Joe Biden. Os manifestantes foram ao Capitólio protestar alegando fraude nas eleições para prejudicar a reeleição do ex-presidente Donald. Ao todo, cinco pessoas morreram.

No recado para seu irmão, ele dizia que cheirava a “suor, maconha, gás de pimenta e gás lacrimogêneo”. No dia seguinte, Kenneth Sicknick recebeu outra mensagem dizendo que seu irmão caçula havia morrido.

Relatos iniciais indicavam que o policial Sicknick havia morrido em decorrência dos ferimentos, mas uma autópsia posteriormente revelou que perdeu a vida devido a causas naturais após sofrer vários derrames sem relação com a invasão do Capitólio. Ainda assim, documentos apresentados à Justiça mostram que os legistas determinaram que os episódios de 6 de janeiro “tiveram um papel na sua condição”.

George Tanios, que estava com Khater em 6 de janeiro e admitiu ter comprado o spray usado pelo colega, também será sentenciado nesta sexta. Nenhum dos dois é acusado pela morte de Sicknick.

Trump, por sua vez, é alvo de uma ação civil que o responsabiliza pela morte do policial junto a Khater e Tanios. O processo, que pede ao menos US$ 10 milhões de indenização, é movido por uma colega de longa data de Sicknick e afirma que a perda de sua vida foi uma “consequência direta e previsível” dos papeis que os acusados tiveram nas cenas de violência vistas no dia.

No início do mês, quando a manifestação do Capitólio completou dois anos, mais de 950 haviam sido presas por relação com o incidente e mais de 350 foram condenadas por acusações variadas. Pouco mais de 190 haviam recebido sentenças de prisão.

Embora grande parte dos presos até o momento tenha enfrentado acusações menores de contravenção, que incluem a invasão de um prédio federal de ingresso restrito, alguns foram processados ​​por crimes mais graves, como conspiração sediciosa — a mais séria apresentada com relação aos incidentes no Capitólio, com pena máxima de 20 anos de prisão.

O ato de 6 de janeiro também foi investigado por mais de um ano por uma comissão independente da Câmara, composta por sete deputados democratas e dois republicanos. Em dezembro, o relatório final do grupo concluiu que Trump conspirou criminalmente “com várias partes” para anular os resultados legais das eleições de 2020, e que ele não agiu para impedir que seus partidários atacassem a sede do Congresso.

A comissão então recomendou ao Departamento de Justiça que considere não só proibir que Trump ocupe cargos políticos, mas também processá-lo criminalmente pelos crimes de insurreição, obstrução de procedimentos oficiais, conspiração para promover fraude e por fazer declarações falsas. Foi a primeira vez na História americana que o Congresso recomendou um processo criminal contra um ex-presidente.

Percebemos aqui que o judiciário americano aumentou a pena do manifestante trumpista não pela agressão em si, mas pelo fato de ele ter participado da invasão do Capitólio, a equipe médica fez uma autópsia tendenciosa associando o evento ao derrame do segurança sendo que eles mesmos admitiram que a causa da morte foi por causas naturais.

A pena do cidadão foi muito desproporcional ao crime cometido, teve aproximadamente 7 anos de cadeia por uma agressão a um segurança mesmo a sua morte não tendo qualquer relação com a lesão provocada, mas encontramos uma demagogia por parte do judiciário norte americano em associar a sua morte a manifestação política somente para punir Julian de forma a servir de exemplo para todos que queiram protestar contra a democracia burguesa dos Estados Unidos da América.

Não sobrou nem para o vendedor do Spray de pimenta que está sendo julgado por ter vendido a arma, isso viola o princípio basilar do direito penal da Responsabilidade Pessoal no qual você só pode punir o indivíduo comprovando a culpa direta do criminoso no resultado do crime. Podemos interpretar destes fatos que o julgamento do Capitólio é político e arbitrário, um verdadeiro tribunal de exceção que passa por cima da lei para punir seus adversários jurídicos violando claramente o Estado de Direito.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.